Cidades

Policiais civis de Goiás devem paralisar 100% das atividades nesta semana

Neste segunda deixam de funcionar o IML e a delegacia de Luziânia. Entre as reivindicações, a categoria pede aumento de salário e abertura de concurso público

postado em 06/11/2011 17:43
Os policiais civis do Estado de Goiás que atuam na região do Entorno do Distrito Federal decidiram paralisar 100% das atividades a partir desta segunda-feira (7/11). Os serviços deixarão de ser prestados gradualmente, conforme um calendário de ações montado pelo Sindicato dos Policiais Civis de Goiás (Sinpol-GO). Amanhã, a população ficará privada dos serviços prestados tanto pelo Instituto Médico Legal (IML) quanto pela 1; Delegacia de Polícia de Luziânia, a central de flagrantes da região. Às 8h será realizada uma reunião na 1; DP, para discutir a pauta de reivindicações.

Na quarta-feira (9/11) será feita uma mobilização em frente ao presídio, com adesão de toda a categoria. Na quinta-feira (10/11), os trabalhadores devem se reunir na BR-040, no km 8, onde farão uma ação de panfletagem para explicar à população os motivos da realização da greve. Ao longo da semana serão suspensas também as visitas à Cadeia Pública de Valparaíso, Luziânia, Águas Lindas, Novo Gama e Formosa.

O presidente do Sinpol-GO, Silveira Alves de Moura, afirmou que o estado é omisso em aparelhar a categoria. Para ele, o auxílio prestado pela Força Nacional não trouxe melhorias à segurança da população. "Em vez de conceder mais munição e colete à prova de balas, ou fazer reposição de viaturas, trazem a Força Nacional para ;tapar o buraco; que o estado deixou". Silveira Alves disse ainda que o problema consiste no fato de que os policiais vêm de outros estados e não conhecem a região. "Isso dificulta a execução de operações e os homicídios continuam aumentando. No último final de semana de setembro ocorreram 16 homicídios", destacou.

Sem legitimidade
Para o chefe de gabinete de Gestão de Segurança do Entorno, coronel Edson Costa Araújo, o sindicato não tem legitimidade para atuar. "Não há reconhecimento dessa representação da categoria por parte da Secretaria de Segurança do Goiás. O sindicato não atende aos requisitos legais para estar funcionando. A greve nem ao menos foi comunicada à secretaria. Nesse sentido, não é possível haver negociação", explicou.

O coronel disse ainda que, em decorrência da paralisação, os policiais poderão ter os salários descontados referente aos dias não trabalhados. Além disso, outra possibilidade de restabelecer o funcionamento das atribuições de policiais civis será a instauração de um processo administrativo para apurar a conduta dos policiais. "É uma atividade de serviço essencial. Não cabe greve. Ainda mais em uma região como o Entorno", destacou.

Aumento de salário
Entre as reivindicações estão: aplicação da Data-base e do Piso Salarial; gratificação de localidade; promoção automática; redução da jornada de trabalho; melhores condições de trabalho; convocação dos excedentes do último concurso e novo concurso para 3.000 vagas; plano de saúde e risco de vida, entre outros.

Força Nacional permanece no Entorno
Ainda de acordo com o coronel Edson Costa, na intenção de continuar os reforços policiais feitos pela Força Nacional, o contrato de prorrogação foi oficiado juntamente com o Ministério de Justiça e com o Governo de Goiás. Portanto, o Entorno contará com a atuação da Força Nacional por mais três meses.

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