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Empresários reclamam da carga de impostos e cobram investimentos prometidos

Empresários insistem na necessidade de uma reforma para aliviar a carga de impostos. Cobram também os investimentos prometidos pelo GDF e a qualificação de trabalhadores

postado em 24/11/2011 07:58
Construção civil: segmento que mais demanda operários qualificados
Representantes da indústria voltaram a reclamar da elevada carga tributária, da falta de qualificação dos funcionários e da demanda em marcha lenta, principalmente por parte do governo local. As queixas foram detectadas pela sondagem realizada pela Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra), em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada esta semana. O estudo enumera também os principais problemas para a competitividade, no entendimento dos empresários.

O valor dos tributos é o que mais incomoda o setor. Entre os entrevistados em setembro, 63% creditam aos impostos as dificuldades para o desenvolvimento da atividade. ;A carga tributária sempre foi um grande entrave;, diz o presidente da Fibra, Antônio Rocha, antes de lembrar que o custo da tributação no Brasil é um dos mais altos do mundo. Ele defende a retomada da discussão em torno da reforma tributária.

A escassez de trabalhador qualificado no mercado surge como o segundo maior problema apontado pelos industriais brasilienses ; o tema foi lembrado por 51,5% dos entrevistados. Com a proximidade dos grandes eventos esportivos internacionais, a preocupação com a mão de obra se torna ainda maior. A Fibra prepara um projeto para, em 2012, construir uma escola técnica em Taguatinga, na tentativa de reduzir o deficit existente.

Cursos
Este ano, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), ligado ao Sistema S, deve formar mais de 11 mil pessoas para atuar nos diferentes segmentos da indústria do DF. De acordo com presidente da Fibra, todos concluem os cursos com emprego garantido. ;Mesmo assim, o mercado continua demandando mais gente;, diz Rocha. Para ele, a indústria precisa focar, com o apoio do governo, na formação de jovens em busca de uma primeira oportunidade.

A sondagem também aponta como entraves do setor a competição acirrada (33,3%), a falta de demanda (30,3%) e as taxas de juros elevadas (27,3%). Na semana passada, em encontro com o governador Agnelo Queiroz (PT), os empresários brasilienses cobraram rapidez nos investimentos. ;As obras prometidas estão demorando muito a sair;, lembra Rocha. O ritmo lento afeta, além da construção civil, os segmentos da informática e as indústrias gráficas.

Mesmo com as queixas recorrentes, os números de setembro indicam uma expansão da indústria local ante agosto, ainda que tímida. O índice que mede a evolução da produção alcançou 54,5 pontos e o indicador do emprego atingiu 54,9 pontos. Já o nível de utilização da capacidade instalada (UCI) caiu oito pontos percentuais e ficou em 67%.

A pesquisa da Fibra sinaliza ainda que os empresários estão otimistas com os próximos seis meses, principalmente em relação ao volume de exportação. O índice de expectativa nesse quesito ficou em 75 pontos. As perspectivas para a demanda melhoraram, mas em menor intensidade. Em relação à produção, o indicador chegou a 63,2 pontos, contra 58,7 pontos no mês anterior.

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