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Brasília ganhará a primeira loja do país para compras virtuais este ano

O sistema inovador de estimular o comércio via internet faz sucesso na Europa e nos Estados Unidos

postado em 13/12/2011 07:40
O brasiliense Sérgio Koffes, convidado para desenvolver o projeto, garante:

Brasília receberá ainda este ano a primeira loja virtual do país. A empresa candanga CTIS importou um modelo de negócio já consagrado na Europa e nos Estados Unidos: o estabelecimento não tem prateleiras, caixa, estoque nem produtos expostos. Os clientes fazem as compras exclusivamente por computadores, com o auxílio de vendedores especializados. Para comandar o projeto, a CTIS trouxe de volta para a cidade um brasiliense com vasta experiência na gestão de serviços de informática.

Três meses atrás, Sérgio Koffes recebeu uma ligação do proprietário da empresa, Avaldir da Silva Oliveira. O convite era para que ele fizesse as malas e retornasse à cidade natal para tocar uma ideia inovadora. Há 11 anos fora do Brasil, Koffes aceitou o desafio de ser o diretor de canais da CTIS Digital Express, que funcionará no térreo do Brasília Shopping. A inauguração será este mês, provavelmente antes do Natal, mas ainda sem data definida.

Koffes chegou a começar a curso de administração no UniCeub, mas antes de concluí-lo, decidiu passar três meses nos Estados Unidos. Não voltou mais. Em solo americano, formou-se em finanças, marketing, comércio exterior e recursos humanos. Um ano antes de conseguir o diploma, garantiu vaga de estágio na gigante Best Buy, onde fez carreira durante sete anos. Atuou como analista de computadores, diretor de celulares e conduziu a abertura da loja da marca em Londres.

O conhecimento adquirido por Koffes na rede americana será aplicado em Brasília. ;Poderia ter ido para o Rio de Janeiro ou para São Paulo, mas escolhi a minha cidade;, disse. Preocupado com a crise financeira na Europa, o mais novo diretor da CTIS ficou satisfeito com o retorno ao Brasil. ;Lá fora todo mundo só fala no nosso país. Quando disse que viria trabalhar aqui, os ingleses ficaram afoitos, querendo saber se poderiam vir comigo;, contou.

Investimento menor
Algumas lojas de departamento brasileiras têm quiosques para vendas virtuais, mas Koffes afirma que a CTIS Digital Express será a primeira do país criada somente para essa função. ;Será algo completamente inovador;, reforça ele, ao mostrar os últimos detalhes da obra, acompanhada de perto por ele. O investimento da loja não foi divulgado, mas chega a ser quase cinco vezes menor do que se o estabelecimento tivesse um conceito comum.

Com menos despesas, a intenção da empresa é oferecer preços mais atrativos no novo espaço. Os cinco mil itens da CTIS ; áudio e vídeo, câmeras e filmadoras, games, telefonia ; estarão à disposição dos clientes. A loja terá um supervisor e oito vendedores, que se revezarão em turnos. Todos estão sendo treinados há mais de um mês. ;Eles serão o que estamos chamando de tecnogurus, o melhor amigo, a pessoa de confiança do cliente em relação à tecnologia;, comenta Koffes.

Além da consultoria, Koffes aponta outra vantagem da loja virtual: ;Ninguém precisa mais ir à loja e sair de lá carregando uma televisão gigante nas costas;. As compras efetivadas até as 12h serão entregues no mesmo dia, segundo o diretor. A intenção é entregar os produtos em até 24 horas depois do pedido. O valor do frete será negociado diretamente com os clientes. As transações somente poderão ser feitas por cartão de crédito.

Nada de fila
Para evitar a formação de filas, a CTIS conseguiu autorização do shopping para colocar sofás em frente à loja, onde os clientes poderão aguardar atendimento, com acesso a internet gratuito. Quem preferir circular pelo centro comercial será avisado da vez por mensagem de celular.

Lucro bilionário
A rede de lojas Best Buy nasceu em 1966, no estado americano de Minnesota. Na década de 1990, a empresa chegou a atender cerca de 300 milhões de consumidores por ano. Em 2010, com mais de 1,1 mil lojas espalhadas pelo mundo, atingiu um lucro de US$ 2,23 bilhões.

Eu acho...
;Quando vou comprar alguma coisa, gosto de ver os produtos. Mas se os preços forem mais em conta, valerá a pena. E se a pessoa já tiver em mente o que quer comprar, também acho que pode ser uma boa ideia.;
Rodrigo Serran, 37 anos, auxiliar de controle externo, morador da Asa Norte

;É uma excelente ideia, original e muito prática. Eu mesma quando quero comprar alguma coisa pela internet, fico sempre em dúvida: não sei o que é melhor, não entendo nada de marca de informática, memória de computador, essas coisas. Vai ser ótimo contar com ajuda.; Roberta Araújo, 24 anos, auxiliar administrativa, moradora de Samambaia

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