Cidades

Força de vontade proporciona um Natal bem diferente a ex-viciado em drogas

postado em 25/12/2011 08:02

Nas primeiras horas de 25 de dezembro do ano passado, Augusto Alexandre Alves Botelho, morador do Gama, acendeu cachimbos de crack. Ele não pensou na mãe, que o esperava em casa com o jantar pronto. Não teve consciência para desejar saúde e paz, como a maior parte das pessoas fazem nas festas de fim de ano. Todos os pensamentos de Augusto rondavam as drogas. Por conta do vício, ele chegou a morar na rua durante dias.

Este ano, foi diferente. Augusto passou a madrugada de Natal ao lado da família. Em abril, aceitou ajuda. Procurou o grupo Força para vencer, em Ceilândia, que ofereceu a ele todo apoio e cuidados necessários para levá-lo à sobriedade. ;Sempre fui uma pessoa muito tranquila e estudiosa. Não nasci em berço de ouro, mas tive educação. Conheci as drogas há três anos. No começo era só maconha. Então, conheci o crack. Larguei meu emprego na área administrativa de uma empresa e deixei o curso de ciências contábeis;, relatou.

A curiosidade fez Augusto experimentar doses cada vez mais fortes da substância feita de pasta de cocaína. ;Fique dominado. Não conseguia me concentrar, controlar as minhas vontades. Estava dentro da sala de aula e dava vontade de fumar. Comecei a vender tudo que tinha em casa.; Augusto usou o dinheiro da rescisão de contrato na empresa para comprar crack. Junto de um amigo, gastou também a quantia arrecadada com a venda de uma moto, de roupas e de pares de tênis para alimentar a vontade de fumar.

Certo dia, Augusto sacou do banco todo o salário da mãe escondido dela. Gastou uma grande quantia em crack, comprado na boca de fumo mais próxima de casa. Ficou três dias fora, consumindo o entorpecente e dormindo na rua. ;Quando voltei, minha mãe me olhou nos olhos e vi que era o momento de pedir socorro;, lembrou.

Desde abril, Augusto começou o processo de renovação. Hoje, tem um novo emprego. Trabalha como auxiliar administrativo na Força para vencer, a mesma instituição que o ajudou. Há oito meses não se aproxima de um cachimbo ou de um copo de bebida alcoólica. Tornou-se evangélico. Não comemora o Natal da mesma maneira que os católicos. Ainda assim, vê a data com um olhar especial. ;É tempo de recomeço. As pessoas estão mais sensíveis, mais caridosas. Hora de reconciliação. Famílias se unem novamente;, afirmou. Na casa de Augusto, será celebrada a vitória da força de vontade.

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