Cidades

Gasto das Administrações com festas superam despesas com obras em 62%

Ana Maria Campos
postado em 12/02/2012 08:25
A análise fria do orçamento de 2011 indica que as cidades do Distrito Federal são um paraíso onde as demandas pela ação do Estado podem ficar em segundo plano. É o que revelam balanços contábeis de gestão. Um levantamento global aponta as prioridades no ano passado: shows e festas. Juntos, os 30 administradores regionais aplicaram R$ 35 milhões em eventos, shows e homenagens. Enquanto isso, o montante investido em calçadas, adaptações de urbanização para portadores de necessidades especiais, pavimentação, iluminação ou construção de parques e áreas de esporte equivaleu a apenas 61% do total destinado à festança. Nessas obras permanentes, o governo gastou R$ 21,6 milhões dos recursos destinados à livre utilização dos administradores.

Apesar do clima de festa, ao visitar as cidades é possível constatar que não há motivos para comemorar. Em quase todas as edições do Diário Oficial do DF do ano passado, há publicações de contratos das administrações regionais para a realização de eventos sem licitação. Apenas três empresas do ramo faturaram, juntas, R$ 30,7 milhões. Nesse quesito, algumas cidades se destacam. É o caso de Taguatinga. Em 2011, a administração destinou R$ 7,7 milhões em homenagens e festividades, seis vezes mais do que o montante destinado a obras e instalações. Dos R$ 5,2 milhões destinados à empresa Cadu Eventos Ltda., R$ 3,6 milhões saíram da administração de Taguatinga, para organização de festas.

No entanto, no que se refere à infraestrutura, a cidade convive com vários problemas. Na Vila Dimas, por exemplo, os moradores reclamam dos buracos nas ruas, dos bueiros entupidos, do mau cheiro provocado pelo esgoto e do desnível da pista que exigiria uma drenagem pluvial. %u201COs carros precisam andar até na contramão para desviar dos buracos. A gente reclama na administração regional e a resposta é que a responsabilidade é da Novacap. Lá, dizem que é atribuição da administração%u201D, afirma o comerciante Herik Leite.

A matéria completa você lê na edição impressa deste domingo (12/2) do Correio Braziliense.

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