Cidades

Aproximadamente 2,5 mil pessoas protestam contra Copa em frente ao estádio

A Polícia Militar garantiu que vai respeitar o direito de manifestação, desde que o movimento seja pacífico

postado em 15/06/2013 11:16
Manifestantes partiram por volta das 10h rumo ao estádio
Uma nova manifestação contra os gastos com a reforma do Estádio Nacional de Brasília para a Copa das Confederações reuniu cerca de 2.500 manifestantes neste sábado (15/6), segundo a Polícia Militar. O protesto ocorreu às vésperas do jogo de abertura do torneio. Para conter a ação, um grande cordão de isolamento foi feito pela PM, que recorreu a bombas de gás, tiros de balas de borracha e spray de pimenta para dispersar o grupo. Após a ação da polícia, cerca de 600 pessoas permaneceram se manifestando por lá.

Por volta das 14h, manifestantes invadiram a fila de entrada de torcedores no Estádio Nacional Mané Garrincha, causando tumulto. Aos gritos de "Copa do Mundo eu abro mão. Quero Dinheiro para saúde e educação", eles estão sendo contidos por cerca de 40 homens da cavalaria da Polícia Militar.

Para reforçar a segurança foram acionados o Batalhão de Choque, com homens em terra e à cavalo; o Regimento de Policiamento Montado, o Grupo Tático de Operações (Gtop) e o Batalhão de Policiamento com Cães (BPCães). Eles isolaram toda a área de entrada do estádio, para impedir que os manifestantes se aproximassem do local reservado aos torcedores. O Corpo de Bombeiros também acompanhou a movimentação. Pelo menos 12 viaturas da PM permaneceram no local.



Cordão policial foi feito para barrar manifestantesA concentração começou na plataforma inferior da Rodoviária do Plano Piloto, em frente à entrada da Estação Central do Metrô-DF, por volta das 9h40. Pouco depois das 10h seguiram rumo ao estádio. Quando a multidão chegou mais perto da arena foi impedida pelo Batalhão de Choque da PM. Houve discussão e bombas foram disparadas. Muitos manifestantes conseguiram furar o bloqueio, mas contidos em seguida.

Mais cedo, equipes das Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam), armadas com metralhadoras, também tentaram barrar o protesto na altura da Torre de TV, mas não obtiveram sucesso. Alguns manifestantes relataram que neste trecho do percurso, os policiais chegaram a efetuar disparos de bala de borracha.

O tenente-coronel da Polícia Militar, Alexandre Alves, informou que, antes do início do protesto, havia conversado com os manifestantes, ressaltando que o direito constitucional de manifestação seria mantido, contanto que fosse pacífico. ;A manifestação é permitida, desde que não haja impedimento de outros direitos, como o de ir e vir e o de proteção ao patrimônio público;, explicou.

[SAIBAMAIS]Torcedor seguro

Mesmo com o clima tenso, a entrada no estádio foi liberada às 12h e ocorreu normalmente e sem filas. Hiroshi Aoki, 44 anos, deixou a fábrica de eletrônicos onde trabalha, no Japão, para acompanhar a estreia da seleção japonesa na Copa. Ele elogiou a organização do evento, mas ficou surpreso com a manifestação. ;Tenho um pouco de medo. Não sei o que pode acontecer. No Japão não temos muitas manifestações como essa , mas, quando ocorrem, costumam ser reprimidas rapidamente;.

O analista de sistemas Isânio Lopes, 28, defendeu a legitimidade do protesto. ;Acho que o pessoal tem o direito de protestar. Eles estão buscando a repercussão que certamente o evento trará;, disse.

Forte mobilização

A estudante Priscila Marinho Godinho, 19 anos, explicou que são vários os motivos para a manifestação, mas que o objetivo é uma forte mobilização contra a corrupção de forma geral. O grupo aproveita para se solidarizar com o grande movimento contra o aumento nas tarifas de ônibus que ocorre em São Paulo. ;A data foi escolhida por conta da abertura da Copa [das Confederações], para ter visibilidade nacional e internacional;, ressaltou.

Participante do movimento Juventude Consciente, o estudante Breno Lobo, 16 anos, também irá participar do protesto com o objetivo de ;desalienar a sociedade;. Eles vão protestar contra os gastos com a Copa, a PEC 37. Além disso, pedem educação de qualidade e melhorias em hospitais públicos. Breno Lobo ressaltou que a manifestação é importante, mas que algumas pessoas acabam desvirtuando o foco principal e praticando atos de vandalismo. ;A manifestação tem que ser pacífica. Somos contra o vandalismo;.

Cinco detidos

Manifestantes causaram caos no trânsito na manhã desta sexta-feira (14/6), próximo ao Mané Garrincha e resultaram na detenção de cinco pessoas. O tumulto começou por volta das 10h, durante um protesto de várias entidades contra o dinheiro que foi gasto na reforma do estádio.

Segundo a PM, cerca de 250 manifestantes bloquearam a passagem dos carros, com pneus queimados, nos dois sentidos do Eixo Monumental, provocando congestionamentos.

Colaborou Ana Letícia Leão

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação