Cidades

Manifestantes querem priorizar reforma política na pauta de reivindicações

Também será combatida a votação das Propostas de Emenda à Constituição 37 e 33

Gláucia Chaves
postado em 23/06/2013 20:54
Representantes de movimentos se reuniram ao lado do Museu da República Na tarde deste domingo (23/6), representantes e participantes de diferentes marchas se reuniram para discutir e esclarecer os rumos futuros das manifestações pelo país. Na coletiva de imprensa, os militantes analisaram os protestos, o papel da mídia e da sociedade e frisaram as reivindicações mais importantes de cada movimento. A assembleia contou com representantes que pediam a não votação das Propostas de Emenda à Constituição (PEC;s) 37 e 33 (a primeira reforça o poder da polícia como titular exclusivo de investigações penais e a segunda dá o controle sobre as ações do Supremo Tribunal Federal ao Congresso Nacional), profissionais de saúde insatisfeitos com a possível sanção do Ato Médico e militantes da Marcha do Vinagre, da União da Juventude Socialista (UJS), entre outros. Segundo os manifestantes, o esforço inicial é de buscar uma convergência das pautas que, segundo eles, seguirão sete eixos que irão nortear as reivindicações: direitos humanos; justiça e criminalização; mídia e comunicação; participação popular e reforma política; transformações estruturais; serviços públicos e violações da Copa do Mundo ;Buscamos, neste momento, separar as prioridades. É um espaço de convergência para que as pautas sejam discutidas. É um grito de indignação do povo na sua forma desorganizada de lutar;, disse o doutorando em sociologia Pedro Costa Júnior, de 31 anos. ;Democracia é muito difícil, já que todo mundo tem uma opinião e isso pode atrasar o movimento, mas é melhor do que um método autoritário;, disse, justificando a ausência de pautas definidas. Durante a reunião, não foi definida as lideranças que irão debater as propostas com o governo. Na verdade, ainda se discute a necessidade de ter essas figuras dentro do movimento. Segundo eles, os governos de São Paulo e do Rio de Janeiro, por exemplo, ouviram os protestos que ecoavam das ruas e baixaram as tarifas do transporte público sem a necessidade de dialogar com lideranças dos movimentos. ;O clamor das ruas fará com que as reivindicações sejam efetivadas;, falou, justificando a ausência de líderes. [SAIBAMAIS]Rafael Salim, 26 anos e manifestante da Marcha do Vinagre, diz que o encontro serviu para mostrar que as pautas estão sendo estudadas e discutidas. ;O que está encabeçando essas pautas, no geral, é a reforma política, porque ela é o primeiro passo para tudo que deve ser mudado no Brasil;, reforçou. Ainda que a lista de reivindicações seja extensa, devido à grande variedade de demandas, ele diz que esse segundo momento das manifestações será para refletir sobre as prioridades e ações imediatas. ;Dentro de cada grupo, existem vários subgrupos. Então, a população ainda tá saindo às ruas gritando palavras de ordem desconexas;, explicou. Leia mais notícias de Cidades A ideia, de acordo com Salim, é que a reunião sirva como mais uma maneira de criar uma ;conscientização primária; em pessoas que porventura ainda não estejam completamente cientes do que os militantes querem com os protestos. ;Quem pede tudo, não pede nada e não ganha nada. Há que se ter uma organização que todos estamos apoiando, de todas as marchas;, completou. Ele diz ainda que o objetivo principal é também enxugar a lista de reivindicações, a fim de que os protestos priorizem os pontos que serão decididos e votados com mais urgência. ;O que for menos urgente, que levar um tempo maior para ser votado, vamos continuando, seguindo o fluxo. O sonho de todos os manifestantes sérios é que esse movimento nunca acabe, porque a corrupção nunca vai acabar. Nós temos que ser vigilantes, ser um grupo que vai cobrar dos governantes.; [VIDEO1]

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