Cidades

Sem fiscalização, aeroporto de São Sebastião lucra com hangares para ricos

No aeroporto em São Sebastião, fazendeiro ganha dinheiro com o parcelamento da propriedade para a construção de hangares a aviões de ricos e poderosos. O local pertence à Terracap e foi arrendado para atividade agropecuária

Helena Mader
postado em 18/07/2013 06:01
A pista de mais de 1.750m de extensão é próxima do tamanho da utilizada em Congonhas

O maior aeródromo privado do Distrito Federal saiu do papel em apenas dois anos cercado de irregularidades, mas sem nenhuma fiscalização das autoridades. Em uma área pública e rural, idealizada para servir como um cinturão verde do quadrilátero da capital, foram construídos 65 hangares sem a autorização do governo.

As dimensões do empreendimento, que atraiu empresários e poderosos, chamam a atenção. Mas, apesar da grandeza do negócio, nenhum órgão do GDF fiscalizou a área desde que começaram as obras. A Administração de São Sebastião e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) concederam autorização para operações na pista do aeródromo, mas não há alvará para as garagens destinadas a aeronaves. Aliás, o próprio documento da Anac está próximo de vencer: foi emitido em setembro de 2010 e tem três anos de validade. O governo promete agora apurar a venda de lotes para a construção de hangares e a edificação da infraestrutura.

As construções de hangares e infraestrutura continuam a ser feitas no Aeródromo Botelho

Como o Correio mostrou na edição de ontem, o Aeródromo Botelho, aberto em São Sebastião, às margens da BR-251, já é o segundo maior terminal do DF. A demanda por espaços para pousos e decolagens e para guardar aeronaves impulsionou o negócio. Mas o aeroporto privado foi construído em uma antiga fazenda, na área rural da cidade, local que deveria ser destinada a atividades agrícolas. A Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap), dona das terras, quer saber como foram negociadas as parcelas hoje ocupadas por hangares. No terreno, há faixas de anúncios de terrenos, que são negociados por até R$ 100 mil. Segundo os proprietários do aeroporto, os lotes são apenas arrendados e as operações realizadas na pista de pouso e decolagens não são cobradas, seguindo as regras da Anac para abertura e operação de aeródromos.

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