Cidades

Entre os planos de Lucio Costa para a capital, alguns nunca saíram do papel

Hoje, o desafio é conciliar a preservação do projeto original com as demandas da cidade em constante crescimento

Adriana Bernardes
postado em 21/07/2013 06:15

A aposentada Francy e o neto, Oto, em visita ao Complexo Cultural: queixas pela falta de sombra e apelo por estacionamentos mais próximos

Nascida do imaginário de um homem e desenhada quadra a quadra, Brasília brotou da terra vermelha, no meio do cerrado, para o espanto de quem torcia contra. Nasceu com palácios e ruas demasiadamente largas para os padrões da época. Pouco a pouco, surgiu uma cidade exuberante, com a cara de todos os brasileiros. Viva, pujante, em constante movimento, ainda hoje é capaz de suscitar discussões apaixonadas. Especialmente quando se trata da preservação do projeto traçado pelo urbanista Lucio Costa.

Passados 53 anos da inauguração, a cidade não é exatamente a urbe pensada por Lucio Costa. Se fosse, em vez de casas nas 700 do Plano Piloto, haveria plantações de hortaliça e árvores frutíferas. E, na Esplanada, todos os prédios dos ministérios seriam ligados uns aos outros por uma galeria suspensa com pequenas lojas de serviços e lanchonetes. Logo na execução do projeto, porém, algumas propostas se mostraram inviáveis. Outras se perderam nas mãos de políticos e empresários sem compromisso com a história da cidade.



O desenho original de Brasília diz a quem se debruça sobre ele que a capital está inacabada. ;Há uma incompletude no coração da cidade. Imagina trabalhar na Esplanada e dispor de alguns serviços perto do trabalho e poder almoçar ali. Muita gente faz isso hoje, mas de forma precária. Com essas galerias, não haveria esse comércio informal;, defende o professor de arquitetura e urbanismo da Universidade de Brasília (UnB) Frederico de Holanda.

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