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Ex-genro de Niemeyer sofreu ameaças de morte por preservar plano da cidade

Carlos Magalhães foi os olhos e as mãos de Niemeyer em Brasília.

postado em 13/10/2013 08:05
Carlos Magalhães foi os olhos e as mãos de Niemeyer em Brasília.
O arquiteto Carlos Magalhães da Silveira, 80 anos, tem guardado um papel, já amarelado pelo tempo, que quase ninguém sabe da importância. As poucas linhas escritas valem muito, tanto quanto a assinatura do nome de quem as escreveu. Nelas, Oscar Niemeyer autoriza o ex-genro e companheiro de trabalho durante décadas a assinar toda planta arquitetônica e a emitir qualquer opinião referente ao mestre das curvas de concreto. Tamanha responsabilidade ; ou missão, como ele próprio define ; traduz a longa amizade entre os dois.

Carlos Magalhães foi os olhos e as mãos de Niemeyer em Brasília. Responsável pela construção da Catedral, do Palácio do Planalto, de alguns ministérios e de prédios da Justiça, tinha total liberdade para representar o amigo na cidade que acabara de nascer. Foi também o braço direito do arquiteto no Rio de Janeiro. Chefiou o escritório do profissional no tempo em que esteve na capital fluminense, entre 1972 e 1985. ;Só tinha duas pessoas tomando conta. Começamos do zero, trabalhamos duro, só havia o prestígio dele (Oscar);, conta.



Mas a amizade não começou em outras terras. Teve início aqui mesmo, enquanto os primeiros prédios surgiam em meio à terra vermelha. Carlos Magalhães chegou a Brasília em 1959 para atuar na construção. Já conhecia Oscar de vista, tinha ido à casa dele uma vez para ver a exposição do escultor Alfredo Ceschiatti. Veio para cá na tentativa de trabalhar com o homem que tanto admirava. Formou-se na Faculdade Nacional de Arquitetura, do Rio de Janeiro. Aqui, começou na Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) e logo assumiu um cargo de chefia. Comandou a divisão responsável por construir os hospitais e as escolas do Plano Piloto. Foi chefe dos departamentos de Edificações e de Obras Complementares.

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