Cidades

Polícia apura concessão irregular de alvarás por administrações regionais

Os investigadores querem saber se os empresários subornavam os administradores regionais das cidades, ou se os órgãos que extorquia os empreendedores

postado em 07/11/2013 12:53

Investigadores da Polícia Civil e do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) trabalham com duas hipóteses para saber como se deu a de Águas Claras e Taguatinga. Os agentes e promotores de Justiça querem saber se os empresários subornavam os gestores das cidades ou se eram os órgãos que extorquiam os empreendedores.

Foram emitidos dois mandados de prisão temporária. O administrador de Águas Claras, Carlos Sidney de Oliveira, foi preso na manhã desta quinta-feira (7/11). O administrador de Taguatinga, Carlos Alberto Jales, é procurado pela polícia. Eles foram autuados por associação criminosa, corrupção ativa e passiva e falsidade ideológica.

O no esquema. Ao todo, 13 mandados de busca e apreensão foram expedidos. Entre os alvos está a casa de Paulo Octávio e dois escritórios do empresário. Acompanhado do advogado, o político prestou depoimento na Divisão Especial de Repressão ao Crime Organizado (Deco) nesta tarde. Além do delegado responsável, representantes do Ministério Público ouviram o ex-vice governador. "Ele foi ouvido na condição de testemunha e prestou esclarecimentos sobre o funcionamento de empresas em Taguatinga e Águas Claras", disse o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro.



A polícia informou ainda que há 12 mandados de condução coercitiva - um depoimento diferente do tradicional, em que os envolvidos devem prestar esclarecimentos na hora em que são solicitados. Entre os empreendimentos irregulares estão um shopping em Taguatinga e centros empresariais na mesma cidade e em Águas Claras.

De acordo com o delegado-chefe da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DECO), Fábio Santos de Souza, a investigação começou em 2011. Segundo ele, os alvarás eram emitidos rapidamente, conduta fora do comum em um processo burocrático, o que levantou suspeita sobre a ação. Sobre os administradores, Souza disse que eles "são gestores que privilegiavam interesses privados em detrimento público".

A operação foi chamada pelo MPDFT de Átrio e a Polícia Civil denominou como Hamurabi, uma referência ao rei babilônico que gravou a legislação pré-existente em blocos de rocha que eram expostos em locais públicos.

[VIDEO1]

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação