Cidades

Operação Átrio: "parte dos investigados mentiu ou omitiu", revela delegado

Um dos delegados que participa da investigação de alvarás supostamente irregulares para empreendimentos em Águas Claras e Taguatinga, o chefe da Divisão de Combate ao Crime Organizado afirma que propina viria também em forma de tráfico de informações

postado em 11/11/2013 06:03
U m dos delegados que participou da Operação Átrio, Fábio Santos de Souza, chefe da Divisão de Combate ao Crime Organizado (Deco), afirmou, por exemplo, que os envolvidos recebiam não apenas propinas ou vantagens patrimoniais, mas benefícios e informações privilegiadas. Em entrevista ao Correio, o policial contou mais detalhes da operação. Ele também adiantou que o objetivo é descobrir se havia uma quadrilha por trás do esquema de agilização de alvarás para construções em Águas Claras e Taguatinga. ;Estamos analisando a conduta das pessoas e trabalhando para fechar o crime de associação criminosa.;

Dois dos principais envolvidos no caso seguem isolados. O ex-administrador de Taguatinga Carlos Alberto Jales continua internado em um hospital particular da cidade. O pedido de prisão temporária dele foi expedido na quinta-feira, quando começaram as ações de busca e apreensão da Operação Átrio, mas acabou frustrado porque os policiais não o encontraram. Na sexta-feira, ele foi hospitalizado com uma crise hipertensa. ;A gente aguarda a alta médica para ele ser ouvido;, afirma Rodrigo Bonach, diretor substituto do Departamento de Polícia Especializada. Já Carlos Sidney de Oliveira, ex-mandatário de Águas Claras, continua em detenção domiciliar.

Um dos delegados que participa da investigação de alvarás supostamente irregulares para empreendimentos em Águas Claras e Taguatinga, o chefe da Divisão de Combate ao Crime Organizado afirma que propina viria também em forma de tráfico de informações

Como surgiu a investigação?
Tudo começou em 2011 por requisição do Ministério Público e ganhou mais corpo nos últimos quatro meses. O que foi apurado são irregularidades na concessão de alvarás em Águas Claras e Taguatinga. A apuração começou pelo Centro Clínico de Taguatinga e foram surgindo novos empreendimentos suspeitos e os indícios de materialidade.

Quais foram os indícios?
Após analisarmos as respostas dos órgãos da gerência de aprovação de projetos, por onde tramitam os processos, percebemos que a liberação de um alvará levava pelo menos um ano. Nesses casos, o processo ocorria em poucos dias ou meses e, por isso, se tornou suspeito. Qual seria o objetivo para isso ocorrer sem respeitar exigências previstas em lei? Estamos apurando se há interesse particular nisso.

O que a polícia encontrou ao longo das apurações para resultar no pedido de prisão dos administradores regionais?
Não posso adiantar as técnicas de como trabalhamos nesse período, mas a deflagração da prisão tinha por objetivo que os administradores regionais de Taguatinga e de Águas Claras não prejudicassem a coleta de mais provas.

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