Cidades

Agendas de cafetina detida em Brasília podem complicar vida de políticos

Estão em poder da polícia cadernos de anotações, celulares e computadores apreendidos com os líderes dos três núcleos especializados em prostituição de luxo na capital. Acredita-se que, neles, constem nomes de clientes e dados de contabilidade

Renato Alves
postado em 04/12/2013 06:10
Estão em poder da polícia cadernos de anotações, celulares e computadores apreendidos com os líderes dos três núcleos especializados em prostituição de luxo na capital. Acredita-se que, neles, constem nomes de clientes e dados de contabilidade
Não uma agenda, mas três, oito telefones celulares e um computador portátil podem complicar a vida de muitos políticos, empresários e lobistas de Brasília. O material pertence a Jeany Mary Corner, a mulher de 53 anos apontada como uma das maiores cafetinas do Distrito Federal. Está em poder da Polícia Civil e servirá como prova na investigação sobre a atuação de uma quadrilha de prostituição de luxo na capital do país.

[SAIBAMAIS]Na Operação Red Light, desencadeada na segunda-feira, agentes da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) recolheram ainda, na casa dela, oito cadernos. Neles, acreditam estar a contabilidade do grupo. Por meio de depoimentos e de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, os policiais descobriram que homens, mulheres e travestis eram explorados de várias maneiras. Além de dividirem os valores dos programas sexuais com as organizações, eles pagavam caro por propaganda em sites especializados, aluguéis de quitinetes, carros e até roupas de cama.

Tudo era controlado por 10 pessoas de três grupos distintos, liderados por quatro mulheres, incluindo Jeany Mary, protagonista da queda do então ministro da Fazenda Antônio Palocci, em 2006. Além dela, são apontadas como cabeças do esquema Vilma Nobre, 44 anos, Marilene Oliveira, 49, e Ângela Castro, 49. As duas últimas são sócias, segundo os policiais.

Elas acabaram presas na Red Light, que cumpriu nove dos 10 mandados. O único foragido, até a noite de ontem, era Geovani Nunes, 46 anos. Ele e outros homens tinham a missão de arregimentar travestis e garotos, ainda de acordo com os investigadores. Os agentes não detectaram a presença de pessoas com menos de 18 anos entre as prostitutas, mas flagraram, em grampos telefônicos, que os agenciadores miravam adolescentes e esperavam, ansiosamente, as garotas atingirem a maioridade para serem atraídas ao esquema.

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