Cidades

Novo modelo de 'rolezinho' estimula doação de sangue em hemocentros

O grupo de Brasília criou um movimento nas redes sociais para mobilizar pessoas dispostas a doar sangue

postado em 25/01/2014 13:25
Na carona dos rolezinhos, que têm dividido a opinião de brasileiros, um grupo de 15 pessoas de Brasília decidiu criar um movimento, nos mesmos moldes, para mobilizar pessoas dispostas a doar sangue. Apenas na manhã de hoje (25), 20 pessoas conseguiram fazer a doação e aumentar o estoque do hemocentro da capital, que tem baixa neste período do ano.

[SAIBAMAIS]A mobilização, iniciada a partir de uma página no Facebook criada pelo grupo, conseguiu atrair mais de 200 pessoas na última quarta-feira (22), mas apenas 70 cumpriam todos os requisitos para a doação. Com o lema "Bora ali, bora? Fazer um rolezinho no Hemocentro de Brasília;, o grupo reuniu mais de 500 participantes que acompanham as campanhas pelo site.



;Não é uma crítica [aos rolezinhos];, explicou Paula Matos, organizadora da campanha. ;Nossa ideia é transformar esse movimento em uma ação para o bem. Esta é uma época de férias, muitos doadores tradicionais viajam e os estoques de sangue ficam baixos;, completou.

Segundo Paula Matos, a maior parte das pessoas que aderiu já tinha doado sangue. Para quem se dispôs à primeira experiência, o grupo organizou informações na página do Facebook, baseadas nas orientações do hemocentro, e contou com as equipes do próprio órgão no local.

A campanha atraiu muitos jovens, como o estudante Euler Idelfonso, de 18 anos, que nunca havia doado. ;Não estou com medo. Li as orientações;, garantiu, enquanto aguardava sua vez de doar. Ele disse que chamou outros amigos, mas como muitos decidiram sair na noite de ontem (24), não puderam participar. ;Eu já queria doar e ontem fez muito frio. Isso me ajudou a ficar em casa e a me preparar;.

De acordo com assessores do hemocentro, apesar de a mobilização ser bem-vinda, as doações não estão sendo contabilizadas como resultado de uma campanha. Como o volume de doações está sendo contabilizado como iniciativas individuais voluntárias, o órgão não consegue apontar quanto o movimento foi responsável por aumentar o estoque de sangue.

No Rio de Janeiro, outro grupo de pessoas organiza movimento semelhante, marcado para o próximo dia 1; de fevereiro. A iniciativa fluminense, em uma página do Facebook, tenta atrair voluntários com frases de protesto como Aqui não tem discriminação e racismo. Os organizadores justificam o rolezinho do Hemorio como um apoio à galera que está nos hospitais, contra toda forma de opressão e as doenças que atingem negros, pobres, brancos ou ricos, especialmente contra "a brutal e covarde ação diária da morte no Brasil e no mundo;.

Para doar, o hemocentro orienta as pessoas a se alimentar bem. O doador precisa ter entre 16 e 67 anos, não estar fazendo uso de medicamentos, pesar acima de 50 quilos, ter dormido mais de seis horas, não praticar exercícios físicos ou ingerir bebida alcóolica nas 12 horas anteriores à doação.

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