Cidades

Justiça do DF concede liberdade a australiana que agrediu manicures

Louise Stephanie começou as agressões quando percebeu que seria atendida por uma manicure negra

postado em 16/02/2014 22:20
[SAIBAMAIS]A estrangeira que foi presa em flagrante, acusada de cometer racismo contra duas funcionárias e uma cliente de um salão de beleza na quadra 115, da Asa Sul não ficou nem 24 horas presa e já foi solta. Apesar de o crime ser inafiançável, ela teve a liberdade provisória concedida pela Justiça, nesse sábado (15/2) segundo informações do plantão do Tribunal de Justiça do DF e Territórios.

Louise Stephanie começou as agressões quando percebeu que seria atendida por uma manicure negra. Nesse momento, ela teria dito que a funcionária era "raça ruim" e ainda pediu que a vítima se retirasse. Ela foi levada para a Penitenciária Feminina do DF e dormiu uma noite no local.

A Polícia Civil informou que a mulher foi presa por racismo e não por injúria racial, pois disse que não poderia ser atendida pela funcionária negra. Ela ter sido levada para a penitenciária comprova que foi detida por racismo, segundo a polícia. Se fosse por injúria, ela teria apenas assinado um termo de comparecimento à Justiça e seria liberada.

De acordo com o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), a juíza constatou que a a australiana atende às condições para responder em liberdade: ré primária, endereço fixo, atividade lícita, não existe início de prova de personalidade voltada para o crime.

A suspeita responde pelo crime de racismo e é acusada de praticar, induzir e incitar a discriminação ou preconceito de raça, etnia, religião ou procedência nacional.


Memória
Os dois casos não são os únicos quem vêm a público no DF. Em junho do ano passado, a aposentada Nathércia de Andrade, 48 anos, xingou funcionários da panificadora Belini, na 113 Sul. A mulher não concordou com o valor cobrado por um suco de abacaxi e chamou os atendentes de "negros que queriam roubá-la". Ela foi presa, mas também acabou solta.

No ano anterior, o médico Heverton Octacílio Menezes, 62 anos, também agrediu uma mulher verbalmente por ela ser negra. Marina Serafim dos Reis, 25, trabalhava na bilheteria de um cinema na Asa Norte e pediu que o médico esperasse para que ele fosse atendido. Nesse momento, ele falou que o lugar dela era "na África, cuidando de orangotango".

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