Cidades

Jovem teria apressado assassinato de namorada para responder como menor

Se fosse julgado como adulto, poderia ser condenado a pena que chega a 30 anos

postado em 13/03/2014 06:03

O adolescente acusado de matar Yorrally mostrou frieza e nenhuma compaixão ao depor sobre o caso, segundo o promotor de Infância e Juventude do DF Renato Varalda, responsável por ouvi-lo. O jovem relembrou detalhes do homicídio e, em nenhum momento, demonstrou arrependimento. ;Foi incomum. Nem parecia desconfortável com a situação. Contou como tudo aconteceu normalmente, sem nem sequer ficar nervoso;, revelou Varalda.

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[SAIBAMAIS] O suspeito confessou a amigos que escolheu o domingo para assassinar a vítima por saber que estava prestes a completar 18 anos. Como ainda era adolescente quando matou a ex-namorada , responderá conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Dessa forma, cumprirá, no máximo, três anos de internação. Se fosse julgado como adulto, poderia ser condenado a pena que chega a 30 anos. Segundo Varalda, o suspeito foi apreendido por tráfico de drogas, ameaça e lesão corporal. ;Na Promotoria, ele não admitiu ter matado em função de alguma suposta guerra de gangues. Limitou-se a dizer que ela denegria a sua imagem;, afirmou o promotor.

O jovem passará por exames para saber se tem algum tipo de transtorno de personalidade. Segundo Raphael Boechat, psiquiatra e professor da Universidade de Brasília (UnB), esse tipo de comportamento dificilmente será mudado. ;A psicopatia surge desde jovem e persiste durante a vida. Normalmente, é preciso retirar a pessoa do convívio. Claro que, no caso dele, não há um quadro detectado, estamos supondo baseado nos depoimentos;, ponderou. ;É importante ressaltar que ele sabia exatamente o que estava fazendo. Vai ficar apreendido, mas, quando voltar às ruas, fará a mesma coisa;, concluiu.

O crime trouxe de volta o debate sobre a maioridade penal no Brasil. Mesmo considerando o acusado dissimulado, o promotor Renato Varalda é contra que jovens passem a ser considerados imputáveis a partir dos 16 anos. ;No sistema penitenciário, só 10% dos detentos têm acesso a estudo. O primeiro impacto negativo seria a interrupção dos estudos desses meninos. Fora isso, está mais do que comprovado que o sistema não recupera ninguém;, afirmou.


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