Cidades

Brasilienses reclamam de projeto de lei que restringe cães em parques

Eles afirmam que a segurança deve ser respeitada, mas discordam da definição de lugares para os pets circularem

postado em 17/04/2014 07:03

Eles afirmam que a segurança deve ser respeitada, mas discordam da definição de lugares para os pets circularem

Foi uma gritaria. Causou muita polêmica o projeto de lei aprovado pela Câmara Legislativa do Distrito Federal, na sessão da última terça-feira (15/4), que restringe a presença de cães nos parques de Brasília. A proposta da ex-deputada Luzia de Paula (PEN) ; que deixou a Câmara após o retorno de Alírio Neto, do mesmo partido ; estabelece que cachorros não podem mais circular pelas áreas públicas, devendo ser mantidos em espaços cercados, devidamente equipados de focinheiras e coleiras. A população manifestou-se nas redes sociais e nas ruas da cidade. A Associação Protetora dos Animais (Pro-Anima) criou um abaixo-assinado virtual para pedir ao governador Agnelo Queiroz (PT) que vete a lei. Depois de ter passado pela Casa, o texto agora segue para sanção do petista.

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A justificativa de Luzia de Paula para apresentação da ideia foi dar mais proteção às pessoas que frequentam os parques. Ela cita relatos de gente atacada por cachorros quando passeava pelos espaços públicos. A diretora administrativa da Pro-Anima, Valéria Sokal, reclamou que o projeto não traz registros oficiais de situações ocorridas e que é falho ao não estabelecer o porte nem a raça para proibir os cachorros de circular. ;É um absurdo. Foi uma legislação mal elaborada. Vamos trabalhar no sentido de sensibilizar o governador para não aprová-la;, discursou.


Nas ruas, os brasilienses também se posicionaram contra. Saulo Luz do Sol Moura, 24 anos, e Lilian Braga, 29, gostam de caminhar com o poodle Fred, 2, em parques. É ali que o cachorro se sente livre para brincar com os donos. Para o casal de comerciantes, a lei não faz sentido. ;Existem tantos projetos importantes para serem aprovados e dão atenção a algo que não tem fundamento;, comentou Saulo. Lilian defende que os parques são locais abertos, de contato com a natureza, e que deveriam ser de livre circulação. ;Os donos devem, sim, manter os cuidados, mas isso de proibir não existe;, apontou a comerciante. ;Eu deixo de frequentar o parque se ele não puder entrar mais comigo;, declarou Saulo.

A estudante Amanda Castro Calvet, 18, gosta de andar de patins nas pistas do Parque da Cidade. Ao lado dela, a fiel companheira Nina, uma shitzu de 2 anos. Para Amanda, proibir o acesso de animais a áreas comuns dos parques é um exagero. ;As regras devem existir, por exemplo, para cachorros grandes. Eles têm que circular com focinheiras;, analisou.
Já a fisioterapeuta Marta Martins Masullo, 43, tem a opinião dividida. Para ela, caminhar com Fani, de 7 anos, é sinônimo de lazer, mas, sobretudo, de segurança. A fox paulistinha branca com manchas marrons é feroz e late com vontade para aqueles que não conhece. Assim, Marta não critica o uso da focinheira. ;Eu usaria nela numa boa. Até porque acho coerente. Afinal, você não conhece o cachorro do outro;, disse. ;Mas me dizer onde devo transitar com ela já é de mais. Sou contra. E acho que isso não vai colar;, opinou.

Assista à reportagem da TV Brasília

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