Cidades

Inadimplência atinge 1,3% das famílias brasilienses em abril

Das 621.397 famílias endividadas no DF, 9.526 não conseguiram, neste mês, honrar os compromissos. A tendência, conforme estudo divulgado pela Fecomércio, é de retração no consumo para equilibrar o orçamento doméstico, o que terá impacto no setor varejista local

Flávia Maia
postado em 24/04/2014 06:00
Guilherme negociou e quitou uma dívida de R$ 30 que chegou a R$ 2 mil

A quantidade de famílias brasilienses inadimplentes atingiu 1,3%, o maior índice deste ano. O percentual de abril supera o de janeiro, até então, o mais alto de 2014, quando a taxa chegou a 1%. Neste mês, são 9.526 famílias sem condições de pagar o que devem para os bancos, as financeiras ou para as lojas de varejo. Os números são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgados ontem pela Federação do Comércio do Distrito Federal (Fecomércio). O cartão de crédito foi, mais uma vez, o responsável pela desordem no orçamento doméstico e corresponde a 86,9% das dívidas.

O temor de não conseguir pagar os débitos e entrar na lista crescente dos inadimplentes provocou outro efeito: as famílias brasilienses frearam o consumo neste começo de ano. O resultado foi uma queda no endividamento. Muitas pessoas quitaram os débitos no início do ano, decorrentes das compras de Natal e das despesas escolares, e preferiram não comprometer o orçamento com outras contas. A pesquisa de abril mostrou que o índice de endividamento foi de 83,9%, contra 85,1% em março, ou seja, 8 mil famílias colocaram as contas em dia.

Para o educador financeiro Álvaro Modernell, as famílias estão mais receosas com o cenário econômico neste começo de 2014. ;O governo admitiu que não conseguirá manter a inflação prevista. As taxas de juros estão altas. A inflação corrói o orçamento. O gasto com bens essenciais ocupa uma fatia maior do orçamento ,e as pessoas deixam de consumir bens não primordiais.; Modernell orienta as famílias que priorizem as compras à vista e evitem o uso exagerado do crédito. ;As taxas de juros estão altas e um atraso pode gerar uma bola de neve;, orienta.

O fotógrafo Guilherme Marques, 25 anos, sabe bem como uma pequena dívida pode tomar grandes proporções por causa da alta dos juros. Ele diz que tinha uma conta-corrente com cartão de crédito no Bradesco. Ele zerou a conta, mas se esqueceu de dar a baixa no banco. O resultado foi que, em três anos, a taxa baixa anual do cartão de crédito de R$ 30 se transformou em uma dívida de R$ 2 mil. ;Quando o banco ligou me cobrando, eu fiquei assustado e decidi tentar um acordo. Por fim, renegociei e a dívida caiu para R$ 300.;

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