Cidades

Filha do ex-presidente JK apoia o 'tombamento' do céu de Brasília

Maria Estela Kubitschek, 71 anos incentiva a ideia de tornar o firmamento Paisagem Cultural Brasileira e diz que o pai era fascinado pelo espaço aéreo da capital

Ailim Cabral
postado em 25/04/2014 06:01
Maria Estela Kubitschek, 71 anos incentiva a ideia de tornar o firmamento Paisagem Cultural Brasileira e diz que o pai era fascinado pelo espaço aéreo da capital
A primeira herdeira de Brasília, Maria Estela Kubitschek, 71 anos, se emociona ao falar sobre o céu da cidade. A primeira filha de Juscelino ; que, com carinho, se autodenomina ;irmã mais velha da capital; ; conta sobre a alegria que sentiu ao saber do projeto do arquiteto Carlos Fernando de Moura Delphim sobre o tombamento do espaço aéreo brasiliense. ;São ideias muito bonitas, agradeço não só em meu nome e de minha ;irmã; caçula, mas também no do meu pai e no da minha mãe, que eram fascinados por esse céu;, diz.

Totalmente a favor do movimento, Maria Estela explica que os tombamentos têm por finalidade proteger bens com significados importantes. Para ela, o céu não é importante somente para a cidade, mas para o país e o mundo. ;Se nós somos uma das poucas cidades modernas tombadas como Patrimônio Cultural, por que não fazer o mesmo com o nosso céu?;, questiona. A arquiteta acredita que o céu de Brasília é parte inerente do título dedicado à capital, de forma que também deveria ser contemplado, se não oficialmente, ao menos no coração dos brasilienses. ;Se não for possível legalmente, que ao menos as pessoas se sintam responsáveis por um tombamento simbólico e se dediquem a proteger o nosso céu;, afirma. ;É a inspiração para todos nós;, termina. É uma afirmação da qual os artistas nascidos na capital não discordam.

O compositor e vocalista da banda brasiliense Natiruts, Alexandre Carlo, 40, nasceu em Brasília e compôs uma das músicas que se tornou icônica na cidade: Presente de um beija-flor. É raro um brasiliense, principalmente os mais novos, que não cante o trecho ;Pra surfar no céu azul de nuvens doidas da capital do meu país;. Alexandre conta que, para escrever a letra, se inspirou nos elementos que constituem Brasília, como o cerrado, o povo com anseios e decepções, e, claro, o famoso céu. Para o músico, o firmamento assume um aspecto especial no período da seca, quando ganha mais tonalidades. Segundo ele, o horizonte não o influencia apenas como artista, mas também como pessoa. ;O céu me remete a uma atmosfera de reflexão, calma, amplidão. É um antidepressivo natural;, completa.

Ao lado de Alexandre, outro músico dedica os talentos ao famoso cenário. Toninho Horta, 65, esteve pela primeira vez em Brasília em 1973, quando veio tocar com Gal Costa. A sensação ao conhecer o horizonte foi de um prazer difícil de descrever, afirma. ;Eu fiquei impressionado, parecia que era baixo, enorme, o maior que já vi. Dava vontade de pegar, tocar;, conta. Toninho compôs a melodia da canção intitulada Céu de Brasília.

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