As seis faixas da Esplanada dos Ministérios ficaram tomadas de homens e mulheres em duas rodas. Durante o passeio de motos com os participantes da 11; do Brasília Motocapital, maior reunião de motociclistas da América Latina, cerca de 17 mil máquinas, das mais diversas cilindradas, atravessaram a cidade saindo da Granja do Torto, onde acontece o evento, até a Ponte JK. O encontro, que termina hoje, Dia do Motociclista, deve fechar seu público em 415 mil pessoas e 100 mil motos durante os cinco dias, segundo a organização.
E, por ser tão grande, há que venha de longe aproveitar não só a festa, mas os prazeres que uma viagem em duas rodas oferece. O presidente do motoclube Falcões da Ilha usa como sobrenome o título do seu grupo: Iourico Falcões da Ilha veio com mais sete companheiros de São Luis, capital do Maranhão. Em uma viagem que levou seis dias, eles passaram pelo Piauí, Tocatins e Goiás, até chegaram ao Distrito Federal.
;A essência do motociclismo é a adrenalina de pegar a estrada com os amigos, em comboio. Presenciamos muita coisa bonita, como as cachoeiras no Tocantins e a natureza em Pirenópolis. Essa é a primeira vez que a gente veio, mas já pretendemos voltar no ano que vem;, garantiu. Para ele, a diversão também acontece quando eles podem conhecer tantas pessoas que partilham do meu hobby. ;Outros amigos de São Luis já tinham vindo e foram eles quem nos incentivaram. Tínhamos de comprovar por nós mesmos e valeu a pena.;
Na Granja do Torto, o que mais se via, além das motocicletas, eram amigos e famílias reunidas, fosse em churrascos improvisados ou acampando ; e, nessa hora, mais uma prova de amor: muitas barracas estavam montadas em espaços destinados à alimentação dos animais, que passaram por uma limpeza para receber os participantes. Ao todo, 1500 motoclubes foram ao evento e 114 deles alugaram espaços para garantir um local de apoio aos seus membros.
O engenheiro Newton Lima, 36 anos, anda de moto há 18 e faz parte do motoclube El Bando, que existe desde 2006. Ele veio com toda a família e garante: não é porque anda de preto e tem uma caveira bordada no colete que é mau. ;Usamos preto porque não suja tanto. É o que aguenta na estrada. E usamos a caveira porque somos todos iguais. Não tem nada de malvado. Faz parte do contexto. Se todos os motoqueiros usassem branco, você veria um bando de gente encardida;, diz, rindo.
Os estigmas também parecem findar em relação às mulheres que vivem sob duas rodas. A administradora Ana Carolina Paz, 28 anos, do motoclube Amigas da Onça, comprou sua moto de 600 cilindradas há dois anos, mas desde que tirou carteira de motorista junta dinheiro para conseguir realizar seu desejo. Ela conta que, ao invés de preconceitos, percebe que as pessoas tem admiração quando a veem pilotando aquela máquina. ;E, quando temos encontros como esse é que vemos como a galera que gosta de moto é unida, o quanto curte se encontrar. Já fomos a outros eventos assim e queremos mais.;
Programação
Confira as atrações de hoje do XI Brasília Motocapital
7h - Café da manhã para os motociclistas
9h30 - Abertura dos portões
11h - Apresentação do Globo da Morte
12h15 - Show da banda Blues Container
14h - Apresentação do Globo da Morte e show com a banda Sargento Pimenta (Beatles Cover)
15h45 - Show com a banda QC Funk
16h - Apresentação do Globo da Morte
18h30 - Encerramento do evento