Cidades

Após resistência de distritais, pasta dedicada a defesa dos LGBT é cortada

Governo estuda reestruturar a Secretaria da Mulher, Igualdade Racial e dos Direitos Humanos e acabar com subsecretarias ligadas ao órgão. Assim, evitaria atrito com distritais religiosos que reclamaram da denominação LGBT e cortaria gastos

postado em 09/01/2015 07:08
Deputados distritais evangélicos e católicos estão revoltados com a criação da Subsecretaria para Assuntos de Pessoas LGBT. A bancada religiosa entregou uma carta a Rodrigo Rollemberg (PSB) expressando a insatisfação, pois acredita que o novo órgão privilegia apenas o segmento referido na nomenclatura. Como resposta, os parlamentares reivindicam a Subsecretaria de Defesa dos Valores da Família. Para evitar desconforto com ambas as partes, o GDF deve reestruturar a pasta da Mulher, Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, acabar com a subsecretaria, mas manter as políticas voltadas para o setor.

Subordinada à secretaria, a função seria ocupada pelo candidato a deputado federal derrotado do PSB Flávio Brebis. Ele será mantido no governo e garante que os interesses dos homossexuais, lésbicas, bissexuais e transsexuais (LGBT) não perderão força no mandato socialista. ;A pauta vai existir, o Estado é laico e tem a obrigação de combater qualquer tipo de preconceito. Vamos tocar políticas públicas em busca da igualdade de gênero;, ressalta.

O distrital Rodrigo Delmasso (PTN) é pastor da corrente evangélica Sara Nossa Terra. Ele foi um dos líderes do movimento contrário ao novo órgão e defende o combate a qualquer tipo de discriminação. Não acredita, no entanto, que em Brasília a opção sexual seja alvo de preconceito. ;Você não pode trazer a realidade do Rio de Janeiro e de São Paulo, lugares nos quais os movimentos extremistas têm muita força, para o Distrito Federal. Onde existe esse preconceito aqui? Pelo menos onde eu ando, vejo os gays transitarem tranquilamente;, declara.

Delmasso justifica que, às vezes, é malvisto pelo fato de ser pastor, mas que não necessariamente deve ser criada uma subsecretaria sobre esse assunto. ;Hoje em dia, quando alguém sai na rua com uma Bíblia debaixo do braço, é visto como um bandido, é chamado de homem-bíblia. Criar um órgão só para assuntos LGBT só servirá para acirrar as diferenças;, argumenta. Brebis contesta. ;Dados de uma das instituições mais respeitadas do tema, o Grupo Gay Bahia, revelaram que, em 2013, 338 homossexuais foram assassinados. Aposto que nunca ninguém morreu por ser evangélico;, rebate.

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