Cidades

Distrito Federal começa a ser visto oficialmente como destino gay

Embratur coloca como a capital como uma das cidades brasileiras que tem boa convivência com a comunidade homossexual. Mas ainda falta mão de obra especializada

postado em 13/01/2015 07:00
Casada com uma mulher, a empresária Mara Alcamim diz nunca ter sofrido preconceito em Brasília e acredita que a cidade receberá bem o público LGBT

Brasília se tornará um polo de turismo LGBT. Este ano, o Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), começará a divulgar algumas cidades do Brasil como destinos gay-friendly, ou seja, locais em que a convivência com a comunidade gay é harmoniosa. Também entram no pacote Recife, Rio de Janeiro e Salvador, embora essas três capitais já tenham o hábito de receber homossexuais de braços abertos. O Distrito Federal ainda engatinha no assunto. Não existe mão de obra especializada, nem ações de estímulo, mas é possível encontrar o público se divertindo em bares, baladas e restaurantes. Em paz.
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Segundo dados da Embratur, os gays gastam 30% a mais em turismo do que os héteros. E, por isso, são mais exigentes. Eles buscam, entre outras coisas, segurança, conforto e receptividade. ;Nosso objetivo é ampliar a visibilidade e a participação do Brasil no segmento de turismo LGBT, e os municípios querem se tornar aptos a receber esses visitantes;, explica o presidente da Embratur, Vicente Neto. Para ele, existe uma conquista progressiva. ;Nossa rica diversidade cultural e natural, a alegria do povo e a qualidade dos produtos produzidos aqui fazem do Brasil um destino único.;

Vinte e três anos atrás, quando nem se imaginava a possibilidade de a capital ser considerada flexível a ponto de virar sugestão de turismo para homossexuais, a empresária Mara Alcamim, 48 anos, abria as portas do bar Lobo Mau, na Asa Norte, um boteco notoriamente gay. ;Naquela época, era mais difícil. Os frequentadores eram todos gays, por isso o local ficou estigmatizado. Até mesmo quando resolvi me desfazer do bar e mudar para os Estados Unidos, foi complicado. Vender o ponto foi uma luta, pois ninguém queria se vincular;, lembra.

Décadas depois, as mudanças fizeram bem para a capital. ;Essa história de bater em gay existe, mas não é só aqui. As pessoas são diferentes, algumas intolerantes. Mas acho a cidade incrível e tenho certeza de que vamos receber todos de braços abertos;, avalia Mara. Segundo ela, a passagem do tempo fez tão bem ao DF que, hoje, os negócios no Universal Diner, na Asa Sul, vão muito bem. Mesmo sem levantar a bandeira do arco-íris, o restaurante é considerado gay-friendly. ;Acho normal ver dois rapazes ou duas moças na mesma mesa, em clima de romance. Em 17 anos de casa, o garçom ou o cliente que achar esquisito pode correr e pular da janela; brinca Mara, que é casada com outra mulher: ;Ando tranquila em Brasília. Nunca sofri preconceito.;

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