Cidades

DF tem condições de recuperar a saúde financeira, afirmam especialistas

Eles afirmam que cabe às autoridades investigar a gestão passada e ao novo governo partir para a ação

postado em 20/01/2015 06:48
Eles afirmam que cabe às autoridades investigar a gestão passada e ao novo governo partir para a açãoPoucas vezes se viu tal cenário de calamidade no Distrito Federal como neste começo de 2015. Embora Brasília seja a única unidade da Federação com repasse mensal de recursos da União, o governo local não conseguiu pagar os funcionários em dia e muitas categorias declararam greve. O último início de ano tão conturbado como este, com paralisação de serviços públicos e a sensação generalizada de que nada funciona, foi em 1987, quando a população da capital não passava de 1,5 milhão de habitantes ; pouco mais da metade da atual (leia Memória).

O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) tem justificativa para o caos: recebeu o caixa ;praticamente zerado; e uma dívida na casa dos R$ 3,5 bilhões. Mesmo com atraso, pagou os servidores da saúde e da educação e reconheceu a dívida de férias e 13; salários não pagos. Para ajustar as contas, propôs parcelar o pagamento dos servidores que ganham mais de R$ 9 mil. Médicos e professores rejeitam a proposta. E a população começa a ficar impaciente: afinal, como a unidade federativa mais privilegiada em recursos da União e com uma arrecadação de fazer inveja a qualquer outro estado chegou a tal situação?

Especialistas em finanças públicas e antigos chefes do Tesouro local afirmam que cabe às autoridades investigar a gestão passada e ao novo governo partir para a ação. Em seu favor, Rollemberg tem uma série de fatores que, na opinião de quem entende do assunto, facilitam a recuperação financeira do DF. Além de receber anualmente R$ 12,3 bilhões do Tesouro Nacional para quitar vencimentos dos trabalhadores da educação, saúde e segurança, Brasília tem um perfil econômico atípico.



[SAIBAMAIS]Por concentrar boa parte do funcionalismo público, o DF sofre menos impacto de eventuais crises financeiras, pois os servidores, em situações normais, correm pouco risco de ver o salário atrasar e não podem ser demitidos, mantendo, assim, a economia aquecida. Com uma arrecadação grande ; a previsão para 2015 é de R$ 14,3 bilhões em impostos, mais R$ 428 milhões em multas, juros e recuperação da dívida ativa ; e um orçamento anual de R$ 37,3 bilhões, o rombo estimado equivale a cerca de 10% dos recursos totais.

Não é o sonho de nenhum político recém-eleito receber as contas no vermelho, mas, além de Rollemberg, outros governadores vivem situações delicadas. No Rio Grande do Sul, por exemplo, o orçamento para 2015 é de R$ 42 bilhões e o rombo calculado pelo novo governo passa dos R$ 7 bilhões. No Maranhão, o caso é parecido com o do DF: o deficit é de 10% do orçamento de 2015. A infraestrutura daquele estado, no entanto, é incomparável à de Brasília.

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