Cidades

Com seca, reservatórios do Distrito Federal acendem sinal de alerta

As barragens do Descoberto e do Torto/Santa Maria, responsáveis pelo fornecimento de água na capital, mostram-se abaixo do nível esperado para janeiro e preocupam especialistas

Luiz Calcagno
postado em 21/01/2015 06:36
Barragem do Descoberto: 2,4m abaixo do previsto para o mês

Como na maioria das unidades da Federação, o Distrito Federal está com os reservatórios de água abaixo do esperado para o início do ano. As barragens do Descoberto e do Torto/Santa Maria estão, respectivamente, 2,4m e 1m aquém do normal para janeiro. Para piorar, meteorologistas do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) alertam: as chuvas previstas para os próximos dias não serão suficientes para suprir a baixa. Embora os técnicos da Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb) considerem que, com os reservatórios acima do nível mínimo, não exista motivo para preocupação, especialistas avaliam que a estiagem fora de época trará problemas de abastecimento. Ontem, foi o dia mais quente do ano no DF: 31,9;C.

O Correio visitou os reservatórios que abastecem a capital federal. Os funcionários de cada sistema se mostraram preocupados com o nível para o período. A Barragem do Descoberto está rodeada por uma margem de cerca de 60m, na qual, antes, havia água. A terra vermelha e seca expõe troncos e pedras nada familiares para quem vive nas proximidades. Valdeir Jonas da Silva, 35 anos, mora no Incra 9, em Ceilândia, às margens do espelho d;água, e nunca viu o espaço tão recuado. ;Cada dia que passa sem chuva, parece piorar. Para quem conhece a região, dá tristeza ver isso acontecer. A nossa maior preocupação é com o abastecimento do DF;, conta.



A assessoria de Comunicação da Caesb informou que existem projetos para aumentar a captação para o DF. Na prática, porém, os sistemas de Corumbá, do Lago Paranoá e a ampliação do Bananal não saíram do papel. Pesquisador da Embrapa Cerrados e presidente do Comitê de Bacias do Lago Paranoá, Jorge Werneck alerta que existe o risco de o volume de chuvas ser menor até a chegada da seca, e os recursos hídricos locais entrarem na estiagem com as barragens em um nível abaixo do necessário para atravessar o período. ;Há quatro décadas, chovia todos os dias em dezembro e janeiro;, recorda.

Os termômetros do Inmet registraram ontem a maior temperatura de 2015 no DF. Os medidores alcançaram 31,9;C. A umidade chegou a 28% no meio da tarde. Para amanhã, o instituto prevê chuva fraca em áreas isoladas do quadrilátero. Uma massa de ar quente do Oceano Pacífico impede a formação de precipitações na região. ;Os ventos trazem ar quente, e os ventos frios são bloqueados. A incidência de raios solares contribui para o aumento das temperaturas;, detalha a meteorologista Maria das Dores de Azevedo.

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