Cidades

Brasiliense reclama de pacote do governo, ainda que culpe a gestão passada

Seja consumidor ou pequeno empresário, o cidadão aponta a equipe de Agnelo Queiroz como responsável pelo arrocho financeiro vivido neste início de ano

Luiz Calcagno
postado em 29/01/2015 07:02

Elaborado como uma solução para a crise financeira enfrentada pelo Governo do Distrito Federal, o pacote de medidas batizado de Pacto por Brasília despertou, no brasiliense, apreensão e protestos. Sob o olhar da população, o aumento de uma série de impostos trará prejuízos aos negócios e à renda familiar. Para quem precisa arcar com as altas de IPTU, IPVA, telefone, gasolina e diesel, a redução nas alíquotas que incidem sobre alimentos, etanol e remédios não compensará. Praticamente todas as mudanças propostas pelo governador Rodrigo Rollemberg passarão a valer somente em 2016. No entanto, o contribuinte já se prepara para o arrocho.

A empresária Jussane Baldotto, 35 anos, mora no Lago Sul. Ela administra um prédio empresarial e conta que diversas salas do edifício estão desocupadas há meses. Ela teme que o aumento do IPTU e do Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) prejudique ainda mais os negócios, pois pode desestimular tanto a compra de imóveis quanto o aluguel dos espaços. ;Toda a população sente. Fiquei chocada com a iniciativa. Eu não sei como fazer para que os aumentos deixem de impactar nos meus negócios. Em estabelecimentos comerciais, o IPTU é mais caro. Quem trabalha no ramo, proprietário ou locatário, vai sofrer;, afirma.

A 20km da residência de Jussane, na Cidade Estrutural, a também empresária Norma Lúcia Rosa de Jesus, 52, vê as medidas de Rollemberg com cautela. Ela paga o IPTU da residência onde mora e de uma pequena distribuidora de salgados, que administra com a filha, em um estabelecimento alugado próximo de casa. ;O preço (do IPTU) já está caro hoje. Eu tenho dificuldades em pagar e estou devendo algumas parcelas. Isso vai impactar diretamente nos meus negócios;, reclama. Norma conta que abriu a empresa porque tinha dificuldade para arrumar um emprego, principalmente por conta da idade. ;Sustento quatro netos e não posso perder minha distribuidora.;

Norma criticou o GDF pela iniciativa. Para ela, partilhar a conta da crise com a população é tão ruim quanto dilapidar os cofres públicos. ;O governo passado foi covarde por não pagar as contas, e o atual também, por aumentar os impostos;, dispara. Também morador da Estrutural, Josinaldo Firmino Soares, 21, conta que chegou recentemente de Alagoas, em busca de uma vida melhor, mas se surpreendeu com a situação de Brasília. ;Eu trabalho como balconista e tenho medo de não conseguir algo melhor, pois sei que as medidas do governo vão pesar para todo mundo. Acho um absurdo. Quem devia pagar as contas é o governo passado. Onde eles estão?;, questiona.

A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação