Cidades

Momo fica sem dinheiro e sem reinado no carnaval do Distrito Federal

Com a falta de financiamento para escolas de samba, nem a figura mais icônica do carnaval escapou ilesa. Momo não recebeu nem o prêmio de R$ 6 mil a que tem direito pela eleição e só vai exercer a função efetivamente no ano que vem

postado em 12/02/2015 06:00


Só a tristeza entra na passarela. Em 54 anos, é a primeira vez que Brasília não tem carnaval oficial em função da falta de dinheiro. Realizado desde 1961, o desfile de escolas e bloco foi interrompido em 1993, 1994 e 2003, mas sempre por questões jurídicas. Nem nessas ocasiões, porém, o Rei Momo e sua Corte deixaram de desfilar pela cidade. Em 2015, a crise financeira fez o dono da festa ficar sem coroa, cetro, rainha e princesas. Por conta da falta de repasse de verba do Governo do Distrito Federal (GDF) para os carnavalescos, os desfiles foram cancelados e a agenda de Antônio Jorge Sales, 43 anos, está vazia. Não vai ter paparico nem camarote.

Eleito em dezembro, o Rei Momo de 2015 não estará em qualquer festejo caracterizado. Além disso, o prêmio de R$ 6 mil, referente à eleição real, não foi pago. Continuação do aperto de cinto realizado pelo governo local, que apela para pacotes, aumentos de impostos para o ano que vem e cortes em orçamento para tentar dar conta na dívida de R$ 3 bilhões deixada pela gestão passada. Para os desfiles deste ano, o GDF não repassou os R$ 6,3 milhões prometidos para as escolas de samba e deixou de ganhar um total de R$ 12,6 milhões com toda a estrutura do carnaval.

Assim, sobrou para o assistente de departamento pessoal Antônio Jorge, eleito Rei Momo em dezembro. E ele teria trabalho. Entre as funções dele, estão a abertura do carnaval, o recebimento da chave da cidade e as visitas aos blocos de rua e às praças onde são realizados movimentos de folia. Eventualmente, é possível até cobrar cachê para aparecer ; em local de honra ; em bares e festas com o tema.

Segundo Jorge, a Liga das Escolas de Samba resolveu cancelar todos os programas. O motivo é a falta de desfiles, para eles, a parte mais essencial da celebração. Sem a verba do GDF, a diretoria não pode arcar com os débitos. ;Não recebemos atenção do governo nem para as escolas de samba nem para o reinado de Momo. Não faz sentido agir como se a situação estivesse normal;, afirma Antônio Jorge. Como forma de compensação, a Liga deixou prometido que o reinado de Jorge será mais extenso que antes. Jorge vai ficar no posto por dois anos consecutivos.

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