Cidades

Servidores aposentados reorganizam gastos para encarar fatiamento salarial

Concursados que trabalharam em órgãos do governo, muitos deles idosos, planejam a economia familiar para se precaver de atrasos no pagamento

postado em 01/03/2015 08:02
João Alcides e a mulher, Aversoni Homar, contam que o fatiamento dos salários atrapalhou o planejamento do casal:
O serviço público como opção mais segura de emprego? Isso foi há algum tempo. Com a crise financeira instalada atualmente no Governo do Distrito Federal (GDF), muitos funcionários, concursados, não mais apostam na estabilidade. Estão assustados com os fatiamentos de salários e apreensivos com os atrasos. É o tipo de situação que nem mesmo os servidores mais antigos do GDF passaram, em mais de 37 anos de carreira. Alguns aposentados do Estado começam, inclusive, a planejar a economia familiar para não ter, num possível atraso de salário, que passar por aperto nas contas. Pioneiros de Brasília, acostumados até a terem benefícios adiantados em governos anteriores, não sabem o que esperar do próximo mês.

O parcelamento dos salários de diversos servidores foi uma das formas encontradas pelo novo governo para tentar amenizar a crise deixada pela gestão de Agnelo Queiroz. O rombo nos cofres públicos foi conhecido durante a transição e estourou logo após Rodrigo Rollemberg assumir o comando do Executivo local. Apesar de ter tomado a decisão numa espécie de medida de ;necessidade pública;, a atitude do governador foi questionada. O Ministério Público de Contas entrou com uma representação com um pedido de liminar para que o GDF não fizesse o fatiamento. O Tribunal de Contas do Distrito Federal julgou e determinou que o governo cumprisse a lei e, em caso de atraso, teria que pagar com atualização monetária. Mesmo assim, os servidores viram seus salários caírem na conta gradativamente.

Foram 37 anos de serviço pelo governo. Todos no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF). E esta foi a primeira vez que a aposentada Aversoni Gonçalves Homar, 80, viu um salário atrasado e, depois, parcelado. ;Nunca vivi isso na minha vida, a não ser no mês passado. Atrasaram o nosso salário e, quando pagaram, só depositaram uma parte;, contou. Pioneira, Soni, como é chamada, conheceu de perto os governos. Ela e o marido, João Alcides Homar, 81, já tiveram salários e benefícios, como férias e 13;, pagos antes do tempo, na época da gestão de Israel Pinheiro. ;Mas, agora, ficou ruim, bagunçado, sem sabermos o que vai ser do mês seguinte. Não tivemos como planejar porque nunca imaginamos que isso poderia acontecer um dia nem sabemos o que fazer para frente. É uma insegurança;, resumiu Soni.

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