Cidades

Plano de preservação de Brasília volta a ser discutido pelo GDF

Governo quer criar conselho consultivo para debater o PPCub. Projeto foi alvo de protestos quando encaminhado pela primeira vez à Câmara

postado em 02/03/2015 06:45
A possibilidade de ocupação da porção oeste do Eixo Monumental, entre a Praça do Cruzeiro e a Epia, provocou a revolta de arquitetos
Quase três anos se passaram desde a visita de consultores da Unesco a Brasília. Os dias na capital renderam um relatório crítico sobre o estado de preservação da cidade e um pedido de paralisação na elaboração do Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCub). Mesmo assim, o governo deu continuidade ao trabalho, alvo de protesto da comunidade, de arquitetos e de urbanistas. Agora, o documento que trata da área tombada tem uma nova oportunidade de cumprir o papel de proteção do patrimônio. O Projeto de Lei n; 78, de 2013, foi retirado da Câmara Legislativa e o governo pretende criar um conselho consultivo para retomar o debate sobre o PPCub.

O documento foi enviado novamente à Câmara Legislativa para apreciação em 2013, após idas e vindas. A chegada à Casa levou arquitetos e urbanistas a publicarem um manifesto pedindo a paralisação imediata da tramitação do projeto. Assim como representantes da Unesco, eles reclamaram da falta de participação popular no debate, além de apontar pontos polêmicos. Os especialistas disseram que o plano foi elaborado muito mais para atender interesses dos empresários do que preservar Brasília. ;É preciso revisar a estrutura do PPCub. Ele deve ser mais enxuto, objetivo e claro. Tem que levar em conta os conceitos universais de preservação e as características essenciais de Lucio Costa;, sugere a vice-presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal (IHG-DF), Vera Ramos.

A arquiteta e urbanista foi uma das principais defensoras da paralisação da tramitação do projeto na Câmara. Ela destrinchou o projeto para apontar os itens polêmicos e chegou a fazer parte de um grupo técnico criado pelo governo para discutir esses pontos. Novamente, colocou-se à disposição para colaborar. ;O PPCub tem que ser, prioritariamente, um plano de preservação. Seguir as recomendações da Unesco, os conceitos de unidade de vizinhança que estão se perdendo, os valores culturais, simbólicos e históricos;, completa. Vera defende ainda uma maior participação popular nas discussões para revisar o projeto e a criação de uma tabela comparativa de como é e como ficará para que qualquer um possa entender as regras.

Professor da Universidade de Brasília, Aleixo Furtado participou das discussões sobre o PPCub no Conselho de Planejamento Territorial e Urbano do DF (Conplan). Ele representava o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do DF (CAU-DF) e combateu fortemente o projeto de lei. ;Sempre entendi que o plano de preservação era muito mais de ampliação do número de ocupantes no Plano Piloto;, criticou. Ele acredita que o projeto não deve ser descartado, mas precisa de melhorias. ;As ideias e proposições podem e devem voltar a ser discutidas, com a participação popular e sem o peso político;, completou.

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