Isa Stacciarini
postado em 16/03/2015 06:03
Em uma cidade em que o mercado industrial caminha a passos lentos, aquecer o turismo regional é sinônimo de arrecadação para diversos setores e importante fonte de renda para os cofres públicos, além de contribuir para a geração de emprego e renda. Mas, hoje, a área é carente de investimentos. Turistas e moradores pedem a revitalização de alguns dos mais famosos monumentos do Distrito Federal e reivindicam maior atenção aos visitantes. O Teatro Nacional Cláudio Santoro, interditado desde fevereiro do ano passado, não tem previsão para ser reaberto. O mirante da Torre de TV Digital, inaugurado como a mais nova aposta de ponto turístico de Brasília, também está fechado. O Museu da República apresenta rachaduras na parte externa; quem vai à Torre de TV reclama da sujeira; e o Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, cuja obra chegou a R$ 1,6 bilhão, segundo o Tribunal de Contas do Distrito Federal, recebeu até agora, em 2015, apenas torneios amistosos de futebol.
Projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, o Teatro Nacional já foi palco de importantes eventos artísticos, mas o mofo e as infiltrações tomaram conta do local. Em razão de 112 irregularidades, entre elas a falta de alvará de funcionamento e de segurança contra incêndios, o monumento foi interditado pelo Corpo de Bombeiros, a pedido do Ministério Público do DF e Territórios. O paulista Eduardo Coladette, 29 anos, em visita à cidade, não conseguiu entrar no prédio. ;Queria conhecê-lo, mas está fechado. A situação é de abandono;, lamentou o editor de vídeo.
No Museu Nacional de Brasília, a pintura da parte externa da construção está gasta, o que desperta para a necessidade de manutenção. Morador de Manaus, Themístocles Maciel, 26, estava com a noiva visitando as instalações. Ele aprovou a limpeza do Plano Piloto, mas destacou que a sinalização poderia ser melhor. ;Conseguimos nos virar graças às orientações da minha cunhada. Sinto que falta uma orientação sobre os pontos turísticos que podemos visitar.;
O secretário de Cultura, Guilherme Reis, explicou que assumiu a pasta com um projeto de reforma orçado em R$ 220 milhões para o teatro. Segundo ele, neste primeiro ano de gestão, não haverá recurso para as obras. Reis avalia a possibilidade de fazer ajustes pontuais que atendam às normas técnicas do Corpo de Bombeiros e, assim, tentar um acordo com o Ministério Público para liberar a visitação do foyer e reabrir a Sala Martins Pena. No caso do museu, entre dezembro de 2014 e janeiro de 2015, o local realizou 29 exposições e recebeu 972.213 visitantes. O acervo conta com 600 peças e, atualmente, o espaço abriga 1.350 obras do Museu de Arte de Brasília.
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