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Morre Manoel Brigadeiro, o Embaixador do Samba de Brasília

Ele tinha 93 anos. Cidadão honorário da capital, compositor, servidor público aposentado pelo Ministério dos Transportes, morando na cidade desde 1974

Renato Alves
postado em 25/03/2015 12:52
Morreu, na noite desta terça-feira (24/3), o sambista Manoel Frederico Soares. Ele tinha 93 anos. Mais conhecido como Manoel Brigadeiro, era considerado o Embaixador do Samba de Brasília. Ele deve ser sepultado nesta quinta-feira (25/3). Ainda não há horário nem local do definidos para o velório e o enterro.

Cidadão honorário da cidade, compositor, servidor público aposentado pelo Ministério dos Transportes, morando na capital federal desde 1974, Manoel Brigadeiro é autor de mais de 100 composições, com sambas gravados por nomes como Ciro Monteiro, Alcides Gerardi, Isaurinha Garcia, Carmem Costa e Jair Rodrigues.
Manoel Brigadeiro era conhecido como Embaixador do Samba de Brasília

Manoel Frederico Soares nasceu no dia 25 de maio de 1922, em Natividade (RJ) e foi batizado com o sobrenome dos patrões de seus ancestrais, remanescentes dos tempos da escravatura.

De família pobre, mudou-se para o Rio de Janeiro aos 8 anos. Começou a trabalhar muito cedo, como empregado doméstico, na casa do militar Antônio Guedes Muniz, que chegou a Marechal-do-ar. A cada promoção recebida pelo patrão, os amigos, carinhosamente, também o elevavam de posto. Daí seu pseudônimo artístico: Manoel Brigadeiro.

Autodidata


Embora não tenha estudado música, Manoel Brigadeiro iniciou-se, ainda na adolescência, na arte da composição de música popular. Frequentava todas as escolas de samba carioca, nas quais até a morte tinha trânsito livre. Escreveu sambas de enredo, mas logo desistiu do gênero, passando a dedicar-se a sambas de meio de ano e às marchinhas.

O convívio no meio aeronáutico lhe rendeu a profissão de mecânico de aviões e um cargo no então Ministério da Viação e Obras Públicas. Em 1974, foi transferido para Brasília, lotado no Ministério dos Transportes. Veio para a capital acompanhado de Gilda, sua mulher, e dos filhos.

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