Cidades

Traços de Niemeyer estarão expostos no museu de Nova York

As pranchas originais do Congresso Nacional e do Palácio da Alvorada, e a maquete do Instituto Central de Ciências (ICC), foram selecionadas a partir de uma tese de doutorado da UnB

postado em 27/03/2015 07:37
Da contemplação, nas ruas de Brasília, para o salão de gala, em Nova York, os traços de Oscar Niemeyer ganham mais um espaço de reconhecimento. Até julho, o Museum of Modern Art (MoMa) apresenta os croquis de estudo dos projetos de palácios, como o Alvorada e o Congresso Nacional, na exposição Latin America in construction: architecture 1955 ; 1980 (América Latina em construção: arquitetura de 1955 a 1980). O evento reúne a produção dos expoentes da área no México, na Argentina, na Venezuela e no Brasil e mostra a riqueza técnica e criativa dos profissionais da prancheta. No caso do brasileiro, é a confirmação daquilo que se vê, todos os dias, ao circular pela cidade: arte refinada ao alcance dos olhos.

A tese de Elcio Gomes se transformou em livro:


Esta é a primeira vez que a obra do arquiteto é exibida no museu, considerado o santuário da arte recente. A mostra ocupa o salão principal do prédio, no sexto andar, e fica lado a lado com um acervo precioso, que contém exemplares de Joan Miró, Henri Matisse e Wassily Kandinski. Porém, no caso de Niemeyer, serão expostos três elementos: as pranchas originais do Congresso Nacional e do Palácio da Alvorada e a maquete do Instituto Central de Ciências (ICC), da Universidade de Brasília (UnB). A divulgação dos croquis permite conhecer como foi o processo de criação de Niemeyer e revela o árduo trabalho construtivo que permitiu sustentar cúpulas e fachadas suspensas. Esses originais ganharam destaque com a tese de doutorado do também arquiteto Elcio Gomes da Silva, pela UnB, em 2012. Silva se dedicou, por quatro anos, à análise dos registros para entender o apuro técnico dos idealizadores dos prédios de Brasília.

Os documentos estavam sob a guarda do Arquivo Público do Distrito Federal (ArPDF) e resultaram nas publicações acadêmica e editorial Os palácios originais de Brasília. A tese se converteu em livro e, em 2014, foi lançado. Foram dois anos de expectativa até que a exposição fosse aberta ao público. A equipe do MoMa visitou os acervos do Arquivo Público, da Câmara dos Deputados e da UnB para conhecer a abrangência dos documentos. Inicialmente, foi feita a pré-seleção de 10 obras. Delas, três foram escolhidas. O trâmite entre museu e governo correu discretamente durante o período, conforme o Correio mostrou em reportagens de novembro de 2012 e janeiro de 2013. A proposta da exposição é apresentar e discutir a produção e a forma de produção construtiva na América Latina, durante o século 20, e, em especial, a partir da segunda metade dele. Isso porque a vanguarda dos projetos contrastava, até então, com a realidade econômica e social dos países. Em nações pouco industrializadas, como as da região, produzia-se arquitetura de referência.

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