Cidades

GDF quer liquidar 13 imóveis para levantar R$ 260 milhões e aliviar crise

Governo aposta na venda da antiga Sociedade de Abastecimento de Brasília para melhorar a saúde financeira do Executivo local. A empresa pública dominou o setor pelo menos até os anos 1980

Helena Mader
postado em 12/04/2015 08:01
Um dos mais valiosos imóveis da SAB fica na área comercial da QI 5 do Lago Sul, onde funcionava um grande supermercado: expectativa de bons rendimentos

Em meio a uma crise financeira que paralisa ações, obras e programas, o governo aposta em uma mina de ouro como saída da pindaíba. O GDF vai vender 13 imóveis de propriedade da antiga Sociedade de Abastecimento de Brasília (SAB), que vão render mais de R$ 260 milhões. A empresa pública, criada em 1962 para abastecer o mercado e que virou sinônimo de supermercado na capital, está em liquidação desde 2002. A expectativa é de que o processo seja encerrado ainda neste semestre. Com isso, o Palácio do Buriti ficará livre para licitar os lotes. A maioria dos terrenos é de grandes dimensões e está localizada em áreas nobres, como o Lago Sul.

Desde o fim de março, a Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap) realiza vistorias nos lotes para atualizar os laudos de avaliação. O último a receber a visita dos técnicos da Terracap será o terreno da sede da SAB, no Setor de Indústrias e Abastecimento (SIA), em 27 de abril. A propriedade é uma das mais valiosas do patrimônio. Com uma área de 5 mil metros quadrados e potencial construtivo sete vezes maior, o lote poderá abrigar um grande empreendimento para escritórios, por exemplo. Técnicos do governo estimam que cada um dos 13 lotes possa render, em média, R$ 20 milhões. Mas os valores devem alcançar patamares bem maiores.

A SAB perdeu espaço no mercado com o surgimento e o crescimento de grandes redes de supermercado. A empresa minguou, e o governo não sabia o que fazer com os 349 funcionários contratados. Em 2000, houve uma assembleia dos acionistas, como GDF, Novacap e TCB, em que ficou decidida a liquidação. Dois anos depois, uma lei distrital autorizou o início do processo de extinção da empresa. O Buriti é o sócio majoritário. Desde o início, uma das principais preocupações foi com o destino dos quase 350 servidores da Sociedade, boa parte deles formada por aposentados que continuam a trabalhar.

O liquidante da SAB, Paulo Garcia, assumiu o cargo em 2012. Ele explica que um dos principais trabalhos foi sanear a empresa, que tem uma dívida milionária em impostos. ;O nosso empenho é para resolver o problema da Sociedade, que tem uma dívida de cerca de R$ 21 milhões com a Receita Federal. A meta é estancar o crescimento desse débito. A SAB tem muitos imóveis, mas estava sem receita;, comenta Garcia. A SAB também devia quase R$ 2 milhões à Secretaria de Fazenda do Distrito Federal. Mas, graças ao programa de refinanciamento, ela conseguiu reduzir esse valor para cerca de R$ 500 mil, montante praticamente quitado.

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