Cidades

Brigas de transito que acabam em morte são recorrentes no Distrito Federal

Estimativas apontam que de 13% a 18% dos motoristas têm algum transtorno psiquiátrico, mas o processo de obtenção da CNH não detecta o problema

Adriana Bernardes
postado em 01/06/2015 07:00

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Você seria capaz de matar alguém? O que o faria tirar a vida de outro ser humano? No Distrito Federal, uma buzinada, a disputa por uma vaga de estacionamento ou uma simples fechada no trânsito tem despertado a fúria de motoristas. A intolerância com a falha alheia ultrapassa os limites da razoabilidade e termina em xingamentos, perseguições e até em morte. Faltam estatísticas sobre os registros de brigas no trânsito no Brasil e pesquisas aprofundadas sobre os motivos que levam um cidadão comum a se tornar um homicida. Estimativas da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) apontam que entre 13% e 18% dos motoristas brasileiros sofrem de algum problema psicológico ou psiquiátrico. Três tipos de patologias são mais frequentes: a sociopatia, o transtorno explosivo intermitente (TEI) e o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). Para tirar essas pessoas das ruas, a primeira coisa a se fazer é tornar mais rigorosa a avaliação psicológica feita durante o processo de habilitação e de renovação da carteira de motorista (veja Três perguntas para).

Na edição de ontem, o Correio Braziliense mostrou que adolescentes e jovens têm proporcionado verdadeiros shows de horrores em brigas, muitas vezes por motivos fúteis, que acabam em morte. A exemplo desse tipo de massacre, a fúria atrás do volante também tem deixado famílias inconsoláveis pela perda de entes queridos de forma brutal e incompreensível à luz da razão. Mesmo depois de nove anos, a servidora pública federal Valéria da Costa, 56 anos, ainda não conseguiu respostas que pudessem justificar o ato dos cinco rapazes que espancaram até a morte o filho dela, o produtor cultural Ivan Rodrigues da Costa, conhecido como Neneco, aos 29 anos.
Tudo começou com uma discussão no trânsito em um estacionamento da 202 Norte. Ele saía de uma boate com amigos e trocava o pneu do carro, quando o motorista de outro veículo deu marcha a ré em alta velocidade na direção do grupo. Um deles bateu no vidro do carro alertando sobre o risco. Isso bastou para que os cinco ocupantes descessem e começassem a sessão de espancamento, que incluiu golpes de capoeira. Neneco morreu nove dias depois, em 30 de agosto de 2006.

Valéria e as filhas mais novas, Camila e Gabriela, esperaram sete anos para ver quatro dos cinco agressores condenados. Fernando Marques Róbias e Francisco Edilson Rodrigues de Sousa Junior pegaram 18 anos e seis meses de prisão. Edson de Almeida Teles, 19 anos e nove meses, e Alexandre do Nascimento, 19 anos de reclusão. O juiz concedeu a eles o direito de recorrer em liberdade.

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