Cidades

Cyberbullying cresce com o uso frequente de celulares por estudantes

Antes restrito a insultos verbais dentro do colégio, o bullying invadiu as redes sociais. As marcas do assédio podem acompanhar a vítima até a vida adulta

postado em 01/06/2015 07:01
Na rotina dos estudantes do Distrito Federal existem alguns itens básicos antes de ir à escola: uniforme, sapato, mochila e celular. O último objeto, na verdade, é companheiro inseparável dos adolescentes. Basta olhar para a porta de um colégio no horário de entrada ou de saída para perceber que a maioria dos alunos estará com a cabeça baixa digitando uma mensagem no WhatsApp ou postando fotos em redes sociais. Os instrumentos são de interação, mas agravaram um problema que já preocupava toda a sociedade: o bullying.

Antes restrito a insultos verbais na sala de aula ou na hora do intervalo, a prática ganhou as redes de uma forma severa com o cyberbullying. Fotos, montagens e insultos são disseminados na web em questão de segundos. ;Elas me ;batem; nas redes sociais e, depois, fico com medo de ir para a aula. Já fiquei duas semanas sem entrar na sala;, lamenta Amanda*, 16 anos, estudante do 2; ano do ensino médio (leia Depoimento).

As vítimas do cyberbullying muitas vezes são colocadas em situações irreversíveis. São obrigadas a mudar de colégio, se sentem acuadas e, segundo especialistas, podem ter sequelas na vida adulta. Alguns casos chegam à polícia, quando se descobre que os autores, anônimos naquela rede, são, muitas vezes, um colega de sala ou um vizinho, normalmente alguém da mesma idade. Há dois anos, a estudante do 1; ano do ensino médio Letícia*, 15 anos, sofreu as primeiras ofensas em uma rede social. Aos poucos, os comentários ofensivos se tornaram frequentes. ;Todo dia alguém ia ao meu Facebook para falar algo da minha aparência. Diziam que meu nariz era muito grande, meus cabelos, feios, e outras coisas;, conta.

Sem saber como reagir aos insultos, Letícia passou a praticar o cutting ; uma automutilação comum entre jovens e adolescentes que sofrem pressão psicológica. Ela começou a passar lâminas em partes dos braços. Fazia isso sempre depois de receber algum insulto na web. ;Me sentia muito triste. Não queria sair de casa, por vergonha do que as pessoas poderiam falar comigo pessoalmente. Meus pais só souberam o que eu estava vivendo algum tempo depois;, afirma.

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