Cidades

Dentição ajuda no processo de identificação de vítimas

Exames odontológicos são confiáveis, rápidos e mais baratos do que os feitos por meio da análise do DNA

Adriana Bernardes
postado em 05/07/2015 08:03
Tese da Giovanna Bissacot mostrou que os exames por meio da arcada dentária são mais usados do que os de DNA
Um corpo às margens da rodovia. Nenhum documento de identificação ou pista que possa revelar quem era, onde vivia, se tinha família ou se corria o mundo, como tantos anônimos existentes Brasil afora. No local, um aplique de cabelo e um acessório que poderia ser pulseira ou tornozeleira. O cadáver segue para o Instituto de Medicina Legal (IML) da Polícia Civil do DF. Com diferentes técnicas, os peritos descobrem que se tratava de uma mulher. Pelo tamanho e pela estrutura óssea, chegam à conclusão de que estava na fase adulta. Também estimam idade e altura. Mas não a identidade da vítima. Em duas semanas, três jovens procuram o IML em busca da mãe. Nem precisam colher material genético para isso. Basta mostrar fotos para que os peritos confirmem ; por meio da comparação dos dentes ; que se tratava da pessoa encontrada na via. Naquele dia, acabava a angústia de três filhos para descobrir o paradeiro da mãe e enterrar o corpo.

[SAIBAMAIS]A identificação por meio da arcada dentária no IML de Brasília é tão confiável quanto pelo exame de DNA. E, nos últimos 20 anos, foi a técnica mais utilizada pelos peritos da Polícia Civil brasiliense. É o que comprovou a tese de conclusão de curso de Giovanna Bissacot, que acaba de ser aprovada na Faculdade de Odontologia da Universidade de Brasília (UnB). Durante dois anos, a jovem acompanhou o trabalho dos profissionais no Laboratório de Antropologia Forense do instituto e analisou todos os casos investigados entre 1993 e 2013.

Dos 375 corpos que necessitaram de investigação para serem reconhecidos, 199 foram esclarecidos e 176 não tiveram a identidade descoberta por diferentes fatores. Dos 199 cadáveres identificados, os peritos chegaram aos nomes de 76 apenas utilizando o método odontológico; em 62, exames genéticos foram a chave para a solução do mistério; em 54, precisou-se do antropológico; e em 35, o papiloscópico (leia quadro). ;Se a somatória dos números absolutos for feita, o resultado será maior do que 199 porque alguns casos utilizaram mais de um método de identificação, pois apresentavam uma grande quantidade de informações do suspeito a serem comparadas;, explica Giovanna.

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