Cidades

Polícia Civil prende funcionários do GDF por estelionato e corrupção

Suspeitos integravam uma quadrilha que pedia dinheiro para empresários para garantirem lotes do Pro-DF e do Morar Bem

Luiz Calcagno
postado em 30/09/2015 19:41

Dois funcionários públicos da Secretaria de Fazenda e da Secretaria de Estado de Economia e Desenvolvimento Sustentável do Distrito Federal integravam uma quadrilha de estelionatários que aplicava golpes em empresários. O grupo atuava na capital há, pelo menos, seis meses e foi desarticulado pela Delegacia de Repressão a Crimes Contra a Administração Pública (Decap) da Polícia Civil. O bando cobrava propinas das vítimas que estavam na fila para conseguirem lotes do Programa de Promoção do Desenvolvimento Econômico Integrado e Sustentável do DF (Pro-DF). Eles também estenderam os negócios para o programa Morar Bem.

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Policiais civis prenderam, na manhã desta quarta-feira (30/9), os funcionários e Alcimar Alves de Faria, que foi candidato a deputado federal pelo DF filiado ao PDF nas últimas eleições. Um despachante que integra a quadrilha está foragido. O grupo pedia até R$ 200 mil para empresários para garantir que eles passassem na frente na fila. As vítimas tinham que pagar um sinal de até R$ 20 mil. Os lotes custam, em média, R$ 1,5 milhão. Com o dinheiro, os estelionatários acionavam os funcionários, que emitam o IPTU do imóvel no nome da vítima, que ligava a energia elétrica, a água e cercava os terrenos. Paralelamente, o grupo entrava com um pedido de liminar na Justiça para impedir que a fiscalização conseguisse retirar os supostos proprietários dos espaços. No entanto, em pouco tempo, ficava comprovado o engano e os endereços eram restituídos ao governo.

De acordo com o delegado titular da Decap, Alexandre Nicolau Linhares, um dos empresários procurou a polícia. Ele foi citado no inquérito como vítima, mas ainda pode ser acusado de corrupção ativa. ;Com os contatos nas secretarias, eles davam uma roupagem de legalidade. Mas, no fim das contas, a pessoa nunca teria a propriedade legítima do lote. É uma forma de estelionato. O empresário que fez a denúncia, há seis meses, pagou R$ 150 mil. O dinheiro foi depositado na conta dos envolvidos e depois ele soube que tinha sido enganado. Se o processo tivesse dado certo, ele não teria nos procurado. O Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) ainda pode acusá-lo;, explicou. Os integrantes da quadrilha responderão pr estelionato e corrupção ativa.

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