Cidades

Ponte que dá acesso a alunos da área rural do Gama à escola pode desabar

Como há risco de desabamento, o colégio suspendeu as atividades. Duas travessias serão erguidas no local a partir de janeiro do próximo ano

Nathália Cardim
postado em 03/10/2015 08:02

Pai e filhos diante da barreira colocada para impedir o acesso à ponte: escola fica a 5km dali, mas rota alternativa aumenta o percurso em 40km


A Defesa Civil interditou uma ponte que ameaça cair na Ponte Alta do Gama, há cerca de dois meses. O local serve de acesso para várias famílias que moram no núcleo rural Serra Dourada, na Ponte Alta e no Jardim Maracanã. Rachaduras na proximidade da estrutura apontam para o perigo iminente. Na quinta-feira, técnicos do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) estiveram na região e instalaram barreiras de ferro, impossibilitando a utilização. Cerca de 200 crianças entre 5 e 11 anos que estudam na Escola Classe Ponte Alta de Cima estão sem aula por causa do problema.

Os moradores, agora, são obrigados mudar o trajeto para entrar ou sair do setor. De acordo com o encarregado de limpeza Luiz Roberto de Almeida, 39 anos, pai de Gabriel, 6, e de Maria Eduarda, 5, para assistir às aulas, as crianças que moram antes da ponte precisam dar uma volta de 40km, de carro, e pegar o caminho alternativo. Alguns dão meia-volta e retornam por onde vieram. Outros ignoram a interdição e atravessam a ponte a pé, passando pelos guard-rails colocados para impedir o trânsito no local. Nesse caso, a distância é de 5km.

Luiz mora no bairro Jardim Serra Dourada há 17 anos e depende da ponte diariamente. Segundo ele, a estrutura ameaça cair há cerca de 5 anos, quando um caminhão carregado com 40 toneladas de milho atravessou o acesso. ;Contatamos a Secretaria de Obras com a escola para reivindicar a construção de mais pontes na região. Além da estrutura sobre o Córrego Maracanã, que dá acesso ao colégio, também tem uma outra, antes do Jardim Serra Dourada, que, apesar de não estar interditada, também precisa de reparos;, detalha. ;A nossa maior preocupação são as crianças, que estão no fim do ano letivo, e sem aula há dias. Muitos pais também não têm com quem deixar os filhos. A diretora da unidade prometeu que vai articular com a regional de ensino a utilização de um ônibus que traga as crianças da escola até o limite da ponte, para que a van escolar paga pelos pais, possa levá-los para casa;, completa.

O subsecretário de Operações da Defesa Civil, coronel Sérgio Bezerra, disse que a interdição foi necessária, devido ao risco de desabamento da estrutura de madeira. O objetivo é garantir a integridade física das pessoas que passam por ali, bem como os riscos de danos materiais. ;Fizemos uma barreira física de terra para impedir a passagem há dois meses, mas os moradores retiraram a terra e continuaram circulando. Como o risco de a ponte desabar é grande, notificamos a Administração Regional do Gama e solicitamos que o DER colocasse barreiras metálicas para impossibilitar a travessia de veículos;, explicou. Segundo Bezerra, o início das obras de demolição e a construção de pontes está sob responsabilidade do governo.

Em nota, a Novacap informou que estão em fase de conclusão os projetos para licitação, locação de recursos, contratação e execução da obra. O edital deve sair ainda neste ano, para os trabalhos terem início em janeiro de 2016. O investimento para a construção de duas pontes é de R$ 1,255 milhão. Uma delas é sobre o Rio Ponte Alta, e a outra, sobre o Córrego Maracanã.

Descaso
A dona de casa Maria Helena Correa Xavier, 49 anos, lamenta a situação. Ela e a associação de moradores da região querem uma solução definitiva para o problema. ;Eu choro de desgosto desse lugar. Desde 1997 que eu moro aqui e sofro por falta de condição. Está um perigo a ponte desse jeito. E se ela cair quando estiver passando uma mãe com os filhos? Como é que fica?;, questionou. ;O que queremos é resolver essa situação, que o governo analise o caso com seriedade e ofereça aos moradores um local seguro para atravessar, que não tenha o perigo de desabar a qualquer hora;, cobrou. O Correio não conseguiu contato com a diretoria da Escola Classe Ponte Alta de Cima.

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