Cidades

Brasilienses fazem campanha na internet para ajudar paquistaneses

Eles vieram à capital em busca de paz, diante da guerra no país de origem, para reconstruir a vida

postado em 06/10/2015 09:59
Parte do grupo de 16 refugiados vindos do Paquistão a Brasília: eles escolheram a capital por facilidades para emitir documentos de imigração

Uma casa simples, no Riacho Fundo I, tornou-se refúgio para paquistaneses. Muhammad Yasin, 28 anos, é uma das 16 pessoas com essa nacionalidade que vieram buscar amparo na capital federal. No Paquistão, ele dava aulas de inglês, mas vivia em meio ao caos gerado pela guerra. Aqui, ele está desempregado e passa por dificuldades, mas não teme a morte diariamente. Há cerca de dois meses e meio, ele e mais cinco conterrâneos dividem três cômodos, em residência alugada. Vieram para cá à procura de solidariedade e encontraram. Apesar de precária, a sobrevivência em terras brasileiras se dá pelo auxílio que Muhammad e os demais paquistaneses recebem de moradores do Distrito Federal. Essa corrente de ajuda, entretanto, precisa de mais integrantes.

Cada um desses homens conhece de perto o significado da palavra dor. Com idade entre 15 e 28 anos, eles se despediram de parentes e amigos muito cedo. O adeus veio acompanhado da mágoa por saber que cada morte era injustificável. A região onde moravam no Paquistão faz fronteira com o Afeganistão e não reservava futuro próspero para nenhum deles. A cidade de onde vieram se chama Parachinar e o distrito, Kurran Agency. O sofrimento gerado pelos conflitos e bombardeios incentivados por motivos político-religiosos não tinha fim. ;Espero pelo dia em que a minha família poderá viver aqui. Quero ficar no Brasil para sempre. Lá não é um lugar bom de se viver;, afirma Yasin.

[SAIBAMAIS]Sem opções, eles apostaram na vinda para um país distante, que, segundo eles, tem fama de ser receptivo. Na capital federal, eles têm a chance de se aproximar dos órgãos governamentais em busca de ajuda e da emissão da documentação necessária para continuar aqui. ;No Brasil, as pessoas são boas e doces. Escolhemos Brasília por ser o local mais próximo dos órgãos que emitem documentos;, explica o paquistanês. Os jovens desembolsaram cerca de 10 mil dólares cada, por meio de empréstimo, para a viagem. O problema é que, agora, esse dinheiro se transformou em dívida. Temendo pela vida das famílias que lá ficaram, eles precisam quitar a quantia rápido. ;Depois disso, queremos juntar dinheiro para trazer nossos familiares;, conta o professor de inglês.

Como ajudar

Roupas e alimentos (exceto carne de porco) podem ser deixados na secretaria da Paróquia São Miguel Arcanjo, na QN 7, Área Especial 12 ; Riacho Fundo I. Também é possível entrar em contato com Pedro pelo número: 8438-5472. Doações em dinheiro podem ser feitas nas seguintes contas bancárias:

BRB
Agência: 0241
Conta: 241017576-1
Nome: Carolina Marthes Gopfert


Santander
Agência: 2132
Conta: 01016113-3
Nome: Pedro Gomes da Silva


Banco do Brasil
Agência: 4346-X (às vezes é preciso substituir o X pelo 0)
Conta: 12996-8
Nome: Isabela Marthes Gopfert

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