Cidades

Embate entre professores e diretor também prejudica a Escola de Música

Os problemas instituição ultrapassam as dificuldades estruturais e financeiras. Secretaria de Educação criou grupo de trabalho para analisar a situação

Isa Stacciarini
postado em 08/10/2015 06:06

Em meio à mais amarga crise da história, a Escola de Música de Brasília (EBM) enfrenta um problema que vai além da dificuldade financeira, estrutural e instrumental. Nos bastidores, um embate entre os professores e a direção tem causado mal-estar interno. O conflito envolve a enturmação de alunos ; unir estudantes do mesmo nível em turmas coletivas ;; a suspensão do projeto artístico pedagógico; a estruturação de aula do corpo docente e até a folha de ponto. De um lado, educadores alegam intransigência pedagógica. De outro, o diretor da escola, maestro Ayrton Pisco, garante que não há confronto, mas o fim da liberalidade que existia quando a instituição era ligada ao gabinete da Secretaria de Educação. Em 2012, ela passou a fazer parte da Coordenação de Ensino Profissionalizante e da Coordenação Regional de Ensino do Plano Piloto e Cruzeiro.

Welder Rodrigues (E), Denise Tavares e Davon de Souza denunciam problemas de gestão na escola.

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[SAIBAMAIS]O clima de hostilidade tem prejudicado alunos e o bom relacionamento entre os professores e a gestão. Desde 12 de agosto, estudantes dos níveis básico 1 e técnico 1 que tinham aulas individuais passaram a aprender em exposições coletivas, com grupos de até quatro pessoas. Educadores denunciam a falta de estrutura das salas, a ausência de isolamento acústico e a indisponibilidade de equipamentos. O professor de flauta transversal Davon de Souza explicou que aulas de canto e de instrumento eram individualizadas. ;Com a enturmação, um senhor de 60 anos pode ter aula com uma criança de 12. Além disso, não há infraestrutura nem trabalho acústico para isso. Fica inviável todos tocarem ao mesmo tempo.;

O diretor, Ayrton Pisco, defende: fim da liberalidade

Segundo ele, há 11 flautas na escola, mas apenas duas funcionam. Uma, embora não esteja em boas condições, ainda é aproveitada. Outras oito estão estragadas. ;Faltam instrumentos de forma geral e não há equipamentos disponível para os alunos no mesmo horário. A manutenção dos instrumentos é feita pelos professores. O valor da manutenção de uma flauta, por exemplo, varia de R$ 500 a R$ 800.;

Para a professora de canto erudito Denise Tavares, a aula coletiva poderia ser um complemento da atividade individualizada. ;Não enxergamos uma melhora pedagógica; pelo contrário, uma diminuição na qualidade de ensino. Temos uma professora que trabalha com a metodologia suzuki nas aulas de violino indicada para crianças de 3 a 6 anos. O método não se adequa à Escola de Música, porque esse é um ensino de musicalização e não de instrumentos, como é feito na instituição.;

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