Cidades

Estudo apresentado pela Codeplan mostra Distrito Federal em recessão

De julho a setembro, a economia caiu 0,6% em comparação com o mesmo período do ano anterior. É a terceira taxa negativa consecutiva registrada em 2015

Isa Stacciarini
postado em 16/12/2015 16:28

O desempenho econômico do Distrito Federal no terceiro trimestre de 2015 mostra uma tendência de recessão no mercado da capital. As três principais atividades - agropecuária, indústria e serviços - diminuíram 3,5%, 3,6% e 0,4% respectivamente. Os dados são do Índice de Desempenho Econômico do Distrito Federal (Idecon/DF) apresentado pela Companhia de Planejamento do DF (Codeplan). De julho a setembro deste ano a economia caiu 0,6% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Essa é a terceira taxa negativa consecutiva registrada em 2015 em toda a história do Idecon-DF, estudo iniciado em 2012.

No setor de serviços a administração pública, educação e saúde apresentaram redução de 0,1%. As três atividades correspondem a 44,4% da estrutura produtiva do DF e 47,7% do setor, o que impactou o indicador geral. O estudo revelou que a crise financeira vivida pelo Governo do Distrito Federal e pelo Executivo nacional afetou a contratação de pessoas e de novos investimentos no DF.


A intermediação financeira também apresentou um decréscimo de 4% no terceiro trimestre de 2015, o que significa uma menor procura de crédito pelos brasilienses. Além disso, o comércio local retrocedeu 6,6% no mesmo período e os setores que mais apresentaram redução no volume de vendas no acumulado de janeiro a setembro foram eletrodomésticos (caiu 28,7%), livros, jornais, revistas e papelarias (-14,1%), móveis (-8,6%), tecido, vestuários e calçados (-6,6%) e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-6%).

Segundo o presidente da Codeplan, Lucio Rennó, o desemprego negativo influencia o desemprego, a menor arrecadação fiscal e um efeito maior nas classes periféricas. De acordo com o diretor de Estudos e Políticas Sociais do órgão, Flávio Gonçalves, o repasse do fundo constitucional do governo federal para o Distrito Federal diminuiu R$ 380 milhões e está 4,5% menor. Além disso, de janeiro a setembro o DF perdeu 7.015 postos formais de trabalho, sendo 1.781 de julho a setembro.

Uma das únicas atividades que apresentou crescimento foi a de serviços de informação que evoluiu 2,3% no terceiro trimestre do ano, superior ao índice nacional com queda de 1,5%. Segundo a pesquisa, a atividade de comunicação multimídia influenciou o crescimento do índice.

Gonçalves afirmou que o Distrito Federal entra oficialmente em recessão. ;Diagnosticamente o DF leva mais tempo para cair em recessão. A nível nacional esse processo demorou seis trimestres e o DF entrou nesse cenário três meses depois do Brasil. Temos uma sorte extrema da estabilidade da administração pública em relação as demissões, mas as pessoas têm perdido poder aquisitivo e estão cortando compras, diminuindo os empréstimos e não estão fazendo mais intermediações financeiras;, ressaltou.

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