Cidades

Operação tartaruga divide PMs: alguns dizem ter aderido; outros negam

No movimento policiais reduzem o policiamento ostensivo direcionando efetivo menor às operações de rua e diminuindo a velocidade das viaturas

Isa Stacciarini
postado em 21/12/2015 16:45
Quatro dias depois de parte dos policiais militares votarem em assembleia o início da operação tartaruga, batizada de legalidade, a adesão ao movimento é pequeno. A informação foi confirmada por praças que não consideram ter reduzido os serviços de patrulhamento. A categoria pleiteia a diminuição do tempo (interstício) de permanência dos militares em cada posto até que sejam promovidos de patentes.

Nos bastidores existem dois grupos. Um deles convocou a assembleia na noite da ultima quinta-feira (17/12) onde a maioria dos que estavam reunidos decidiram votar pelo início da operação. Outro grupo, porém, quer radicalizar o movimento apenas a partir de abril de 2016 em razão da pouca visibilidade que o movimento teria no fim do ano.
Um dos líderes do movimento, sargento Lusimar Arruda, confirmou que policiais estão em operação. ;Um grupo está trabalhando para não ter operação, mas quem está na rua confirma o movimento. A categoria sofreu um baque muito grande. Ela está desprestigiada e desrespeitada pelo governador. Realmente há policiais que estão em operação legalidade total, outros não;, confirmou.
Segundo o presidente da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares do DF (Aspra), sargento Manoel Sansão, a entidade não está participando de nenhum movimento. ;Alguns policiais estiveram em reuniões e não sei se a operação está, de fato, funcionando. Até agora ninguém comentou a respeito. A Aspra não está participando de nada;, alegou.
Desdobramentos

[SAIBAMAIS] Na operação tartaruga, policiais reduzem o policiamento ostensivo, direcionando efetivo menor às operações de rua e diminuindo a velocidade das viaturas.

Na quarta-feira (16/12) policiais se reuniram com o governador do DF, Rodrigo Rollemberg (PSB), para tratar do assunto. No entanto, o chefe do Executivo local reforçou a impossibilidade de reduzir o tempo do interstício em razão dos limites prudenciais da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Acompanharam o encontro o comandante da corporação, coronel Florisvaldo César; o chefe da Casa Militar, coronel Cláudio Ribas, e o comandante do Corpo de Bombeiros do DF, coronel Hamilton Santos Esteves Júnior.

Na tarde do dia seguinte, quinta-feira (17/12), lideranças da corporação se encontraram com a procuradora geral do DF, Paola Aires Corrêa Lima. Ela também apresentou números aos militares que comprovam a dificuldade do GDF em realizar a redução.

Em nota, a Polícia Militar não confirmou se os policiais estão ou não em operação. A corporação disse reconhecer que a promoção é um estímulo para o policial e informou que o comandante-geral da PM determinou, em caráter urgência, a elaboração de uma proposta para corrigir a Lei 12.086/2009 referente a definição legal de prazos para as promoções. ;Para isso, solicita o apoio e a contribuição de todos os policiais, por meio das entidades representativas, de modo a buscarmos juntos o melhor caminho para nossa instituição.;

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