Cidades

Brazlândia registra 100 casos de dengue em 15 dias

Em visita à Sala Distrital de Comando e Controle para Combate ao Aedes aegypti, o ministro da Saúde lamentou que "nós estamos perdendo feio a batalha para o mosquito"

postado em 26/01/2016 06:05

Thainá Silva Dias, dona de casa" />
Brazlândia é a região administrativa com mais casos de dengue registrados em janeiro deste ano, segundo a Secretaria de Saúde. Somente nas duas primeiras semanas do mês, houve 100 casos na cidade, contra apenas três no mesmo período do ano passado. Comparativamente, o número de pessoas doentes em Brazlândia se aproxima à metade do registrado em todo o DF na primeira quinzena de 2016, ou seja, 253 casos. Mesmo assim, pacientes com a doença sofrem para conseguir atendimento no hospital público da cidade. Em coletiva realizada na manhã de ontem, o ministro da Saúde, Marcelo Castro, afirmou que ;estamos perdendo a batalha feio para o mosquito;.

O morador Tiago Alves apresenta sintomas típicos da doença: febre, dor de cabeça e manchas no corpo, mas ainda não entrou nas estatísticas da Secretaria de Saúde, pois sequer conseguiu uma consulta. Ontem, após o agravamento do quadro clínico dele, procurou o Hospital Regional de Brazlândia às 7h. Por volta das 15h, quando a reportagem esteve no local, ele ainda não havia sido atendido. Vestido com três blusas de frio em um dos únicos dias de sol neste mês, ele chegou a reclamar da demora para um funcionário, mas ouviu que somente um médico trabalhava no dia. ;Se eu não for atendido, não posso fazer nada. Vou ter de voltar para o trabalho, porque já estou levando falta;, lamenta.

Outra paciente do hospital era Cláudia Pinheiro, que também suspeitava de ter contraído dengue. Desde sábado, ela sente dor de cabeça e no corpo, diarreia e febre. Na segunda-feira, recorreu ao hospital pela segunda vez. ;É um descaso. Não dão uma posição, nada, a gente está aqui ao Deus dará;, critica. Na visão da moradora do Setor Veredas, em Brazlândia, a grande incidência de dengue na região administrativa é consequência, entre outras coisas, da falta de limpeza. ;Agora o administrador mandou retirar tudo, mas, antes, havia lixo em tudo que é canto. É tudo o que o bicho precisa: água, sujeira e calor;, queixa-se.

Apesar da ação descrita por Cláudia em prol do combate à dengue, em alguns pontos da cidade, ainda há entulho acumulado. Na Quadra 3, por exemplo, um terreno vazio serve de depósito para móveis velhos, o que incomoda a vizinhança. Thainá Silva Dias tomou medidas drásticas: ao ver um sofá jogado fora, foi até a casa da antiga proprietária do móvel para reclamar. ;Tenho muito medo, não posso descuidar. Tenho dois filhos pequenos. Aqui na minha rua todo mundo já teve dengue. Eu tento me cuidar, mas nunca se sabe quando será a minha vez;, desabafa a dona de casa. Thainá também procurou a Administração Regional de Brazlândia para pedir a limpeza de uma poça que havia no local. Segundo ela, a solicitação foi atendida.

Na Quadra 34, sobre os sinais que uma escavadeira havia cravado na terra, também havia entulho, como sofás, pedaços de madeira, colchões velhos, restos de material de construção, garrafas, caixas de som e vidro. ;A gente aciona as autoridades, mas falta a consciência da população;, resume Lurdes Barros, moradora do local.

Ações
Por meio de nota, a Secretaria de Saúde informou que investiga as causas do aumento dos casos de dengue em Brazlândia. De acordo com o órgão, foram iniciadas ações mais intensas de combate ao mosquito Aedes aegypti na região, com o Corpo de Bombeiros e o Exército. A pasta também explicou que apura se a incidência da doença na cidade tem origem no Distrito Federal ou no Entorno.
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