Cidades

Pais reclamam de insegurança nos estacionamentos de colégios do Plano

Na Asa Sul, são frequentes furtos de rodas e no interior dos veículos

postado em 19/05/2016 06:10

Segundo o Batalhão Escolar, as rondas são intensificadas nos horários de maior fluxo de pessoas nas escolas


Nada mais intimida os criminosos. Não importam o horário, o endereço, muito menos a movimentação no local. Eles chegam sem ser notados. Agem, em vários casos, à luz do dia. Entre as modalidades de crime em alta, estão o roubo e o furto no interior de veículos. Em janeiro e fevereiro, houve 581 casos no Plano Piloto. Um dos principais alvos têm sido os estacionamentos de escolas da região central de Brasília. O caso mais recente ocorreu na última terça-feira, na porta de uma unidade de ensino na 609 Sul. Segundo o relato de pais, é o terceiro assalto nos últimos meses.

Eram por volta das 11h30 quando Denise Menna Gomes, 49 anos, chegou ao colégio. Foi buscar a filha, de 10, aluna do 5; ano. Pelo retrovisor, ela viu a movimentação dos criminosos. ;Recusei-me a admitir o que estava vendo. Vi que a mãe dona do carro estava distraída com outra, conversando, e elas não viram o que aconteceu. Achei até melhor que não vissem, pois poderiam ficar nervosas, gritar, e a gente não sabe o que esses caras são capazes;, afirma a estudante de direito. Segundo ela, os assaltantes levaram duas rodas do carro. Na mesma manhã, o carro do vigilante teve o interior furtado. Levaram o som.

Denise é de Salvador e faz um alerta. ;Aqui, as pessoas são muito descansadas, distraídas. Temos de tomar cuidado. Há uns dias, tenho percebido a presença de uma mulher aqui no estacionamento. Ela chega, não busca ninguém, fica esperando, muito estranho. Pode ser uma informante, uma vigia, que observa os pais, as mães, para ver como eles chegam, que horas saem;, sugere. Os pais fizeram um abaixo-assinado pedindo mais segurança e entregaram à escola. Procurada, a direção não deu retorno à reportagem.

Segundo uma das mães que encabeçaram o movimento, a servidora pública Jovina Ramos da Costa Gama, até agora não houve retorno por parte da direção. ;Eles disseram que colocariam câmeras de segurança, mas o que pedimos foi um segurança, um vigia. Isso eles disseram que seria difícil. Ficaram de avaliar, mas, até agora, nada. Um dia depois de solicitarmos um novo encontro, mais um carro foi furtado;, afirma a mãe.

Há 12 dias, quatro estudantes foram assaltados na porta de outro colégio, na 615 Sul. Por volta das 18h30, três moças e um rapaz foram abordados por dois criminosos armados, que apontaram um revólver e exigiram os celulares. O caso foi registrado na 1; DP (Asa Sul).

Oportunidade

A Polícia Militar do DF reconhece o problema e informa que reforçou o policiamento na região. O resultado teriam sido prisões como a de um trio de assaltantes, na L2 Sul, no início do mês. Os bandidos roubavam também no Sudoeste. No começo de maio, um casal também acabou detido acusado de furtar carros estacionados no Teatro Nacional. A dupla quebrava a janela lateral dos veículos para pegar objetos deixados pelos motoristas.

O Batalhão de Policiamento Escolar realiza ações de intensificação do policiamento no perímetro escolar, com rondas ostensivas, além de visitas técnicas para identificação e mediação de conflitos. Segundo a corporação, os patrulhamentos ocorrem nos horários de maior fluxo de pessoas, principalmente na entrada e na saída das escolas. No início do ano, a PM iniciou a Operação Ethos. O objetivo é orientar os proprietários de veículos que ficam de forma desatenta dentro dos carros para evitar crimes de oportunidade. ;Também têm sido realizadas ações repressivas com abordagens a suspeitos, principalmente nos estacionamentos das escolas, e abordagem aos cidadãos no sentindo de orientá-los;, concluiu nota da corporação.

O Colégio Maristinha de Brasília informou que, atento às questões de segurança nos arredores da instituição, mantém equipe de segurança particular no período das 7h às 21h. Ainda assim, segundo a nota enviada pelo colégio, a proteção dessas áreas é responsabilidade da Polícia Militar do DF.

O Marista alegou ter investido em um sistema de câmeras de monitoramento tanto na parte externa quanto na área interna.

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