Cidades

Instalação de torres de telefonia sofrem resistência em áreas residenciais

No Guará, moradores reclamam após retirada

postado em 07/07/2016 06:03

Antenas de telefonia móvel instaladas na cobertura de prédio da Quadra 302 do Sudoeste: polêmica

A instalação de antenas e torres de telefonia em áreas populosas virou polêmica no DF. No Sudoeste, moradores de um prédio residencial rejeitaram a proposta de R$ 5 mil mensais pelo aluguel de espaço na cobertura para instalar uma Estação Rádio Base (ERB), que transmite o sinal de telefonia móvel. Na QE 17 do Guará, a reclamação é justamente pela retirada de um equipamento de transmissão, localizado ao lado do Centro Educacional 3. Nos dois casos, a justificava apresentada é a preocupação com a radiação emitida pelos aparelhos. No âmbito de estudos, especialistas divergem sobre os efeitos causados pelos equipamentos.

A permissão de instalação da antena no Bloco G da Quadra 101 do Sudoeste traria benefícios financeiros para o condomínio, mas os moradores rejeitaram a ideia. Em assembleia, decidiram pela recusa. ;Os condôminos ficaram apreensivos. Em relação à questão financeira seria bom, mas era um assunto delicado. A decisão foi por não alugar o espaço;, explicou o síndico do prédio, José Antônio de Souza, 58 anos. O aposentado Valdomiro Carvalho, 75, residente há 9 anos do edifício, se mostrou temoroso com relação à antena. ;É de causar preocupação, principalmente com relação ao desenvolvimento do câncer. Entre receber o dinheiro e manter a saúde, a segunda opção é melhor;, destacou.

A engenheira industrial elétrica Adilza Condessa Dode defendeu na tese de mestrado na Universidade Federal de Minas Gerais a hipótese da relação entre mortes por câncer e a proximidade residencial com antenas de telefonia celular. No Brasil, à época de 2003, essa tecnologia estava em expansão e praticamente não havia estudos sobre o tema. Ela cruzou informações de bancos de dados sobre óbitos em Belo Horizonte entre 1996 a 2006 e pesquisas populacionais do IBGE. ;Encontramos, a 500m de distância das antenas, o índice de 81,37% dos casos de mortes. O estudo demostrou que a proximidade causa câncer. Quanto mais próximo, maior a irradiação. Elas representam risco;, avaliou.



O professor do Centro de Estudos em Telecomunicações da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro Gláucio Siqueira afirmou, por outro lado, que a presença de antenas e torres nas áreas habitacionais não causam danos à saúde. ;O nível é abaixo das normas do considerado seguro. O nível emitido pelo celular no ouvido é até maior do que o transmitido pela estação;, detalhou. Sobre a instalação em prédios, ele ressaltou que não há transmissão para os andares. ;A onda vai para áreas vizinhas; mesmo assim, não é necessário ter medo, pois a tecnologia transmite níveis de energia mínimos;, garantiu.

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