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Estudantes da UnB constroem avião para participar de competição em SP

Eles vão disputar com outras 94 equipes de várias regiões do país e da América Latina. Para chegar ao prêmio máximo, brasilienses detalham rotina intensa de estudos

postado em 27/07/2016 15:13

A equipe, batizada de Draco Volans, foi formada em 2003 com o objetivo de participar da SAE Brasil Aerodesign, e desde 2004 ela participa do desafio

Um grupo de estudantes da Universidade de Brasília (UnB) está nos preparativos finais para participar de uma das principais competições de aerodesign do país. O desafio é projetar, documentar e construir um avião que voe o máximo de tempo possível. O evento, organizado pela Sociedade dos Engenheiros da Mobilidade (SAE), será realizado em novembro, em São José dos Campos (SP).

Até a tarde desta quarta-feira (27/7), 95 equipes estavam inscritas participar da etapa. Ao menos 90 delas são de estudantes do país. Uma das mais tradicionais do DF, a Draco Volans une 20 estudantes de Engenharia Mecânica, Aeroespacial, Elétrica e Mecatrônica e do curso de Desenho Industrial. O grupo, formado em 2003 apenas para competições nessa modalidade, usa todo o tempo dentro e fora das salas de aula para que cada detalhe, desde o projeto inicial até a finalização do avião, seja realizado com perfeição.

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Durante a prova em São Paulo, a aeronave controlada por rádio deverá decolar, realizar um trajeto completo ao redor da pista e aterrissar em segurança num espaço determinado pelos organizadores. Para isso, eles realizam os ensaios de voo no clube de aeromodelismo, na Asa Sul, para saber quais reparos precisam fazer no protótipo. O estudante de Engenharia Mecânica, Gabriel Sales, que é projetista estrutural-chefe da equipe, fala do desafio que é para eles conviver com colegas de diferentes áreas de atuação. "A gente tem que trabalhar com todos os outros tipos de engenharias. Eu sou da Mecânica e tenho meus métodos, mas a abordagem é diferente para cada área. E isso faz parte da vida na Indústria;, explica.

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A Draco Volans participa da SAE BRASIL AeroDesign desde 2004. Eles se orgulham em dizer que usam até os dias de descanso, aos fins de semana, para trabalhar no projeto. Têm feito reuniões todos os sábados para discutir os detalhes da competição, reavaliar os requisitos necessários para não serem desclassificados, além realizar trabalhos práticos ao longo da semana.

Gabriel Sales também conta que os envolvidos levam o trabalho muito a sério, já que é uma preparação para o mercado de trabalho. ;Os jurados da competição são renomados. Nós não estamos apresentando nosso avião para professores, sim para representantes de empresas aeronáuticas. É muito motivador;, afirma Sales.

Potencial
O professor João Manoel Dias Pimenta, do Departamento de Engenharia Mecânica da Faculdade de Tecnologia da UnB, coordena a equipe há oito anos e acredita no potencial dos alunos. ;O grupo é bastante determinado. É um dos três melhores que eu já vi passar nesses anos. Todos os alunos se destacam;, disse.

É preciso restringir muitas coisas da vida social de um estudante universitário para desenvolver um trabalho como este, mas para Gabriel todo esforço vale a pena. ;É muito complicado conciliar a vida social com os estudos. Fazer um avião não é fácil, mesmo que seja de pequeno porte, toma muito tempo. A rotina de estudos é muito intensa. Se ficamos uma semana sem nos dedicar, nas outras equipes, sabemos que sempre vai ter alguém estudando. O pensamento é esse;.

Com pouco patrocínio e recursos limitados da universidade, segundo o professor João Manoel, os alunos dão o máximo de si para conseguirem chegar ao primeiro lugar. ;O apoio da universidade é mínimo, se resume a disponibilizar os espaços para realizar as atividades. Em tempos de competição é dada uma ajuda de custo com as viagens. Os alunos também não ganham nenhum crédito na grade curricular por participarem desses eventos. Mas eles fazem de corpo e alma;, diz Pimenta.

Competição
O evento de aerodesign é aberto a estudantes universitários de graduação em Engenharia, Física e Ciências Aeronáuticas, com o objetivo de colocar na prática o que é estudado nas universidades e preparar o estudante para todo o processo de projeto, desde a conceituação até a construção da aeronave que é feito quando o profissional vai para o mercado de trabalho. São três categorias na competição: a Classe Regular (com aviões de médio porte para voar com restrição geométrica); a Avançada (categoria para performance e com mais motores); e Micro (realizada para testes com aviões menores).

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