Cidades

Decreto traz severas sanções ao consumo de água no Distrito Federal

Escalas de abastecimento de água e redução do consumo nos órgãos públicos estão entre as principais medidas para minimizar os problemas de fornecimento na capital federal. Por enquanto, o uso do Lago Paranoá para melhorar a situação não será realidade

Otávio Augusto
postado em 22/09/2016 07:09
Lago Paranoá: falta de recursos do Ministério das Cidades impede a captação de água do reservatório para uso humano
Desde ontem, o Distrito Federal passou a ter oficialmente um rodízio no abastecimento das residências. Além disso, órgãos públicos estão obrigados a reduzirem em 10% o consumo de água ; caso a medida não seja cumprida, gestores serão exonerados. A curto prazo, o Executivo avalia que a captação do Lago Paranoá atenuaria o colapso do abastecimento. Entretanto, 86% da obra depende de recurso do governo federal e, segundo o Ministério das Cidades, essa não é a prioridade nem há previsão para o repasse de dinheiro.

A Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do DF (Adasa) publicou o Decreto n; 37.644. O texto traz severas sanções ao consumo na capital federal. A principal delas é o rodízio semanal no fornecimento. O corte deverá ser avisado com um dia de antecedência, e a interrupção do abastecimento pode chegar a 24 horas. As escolas seguirão o mesmo regime. Unidades de saúde e o Complexo Penitenciário da Papuda serão abastecidos por caminhões-pipa (leia Racionamento). As primeiras cidades a serem atingidas pelo parcelamento na distribuição são Brazlândia, Jardim Botânico, Planaltina, São Sebastião e Sobradinho. Entre as medidas, está a proibição do uso de água dos córregos dessas cidades. A regra afeta, sobretudo, produtores rurais.

[SAIBAMAIS]O diretor presidente da Adasa, Paulo Salles, disse que o governo ;apenas oficializou; o que vem acontecendo nas últimas semanas. ;A situação é a mesma. O objetivo agora é discipliná-la, pois a maior reclamação das pessoas tem sido a surpresa no corte de água. Agora, elas serão avisadas com mais antecedência;, explicou. Para garantir o cumprimento da economia, a Caesb terá de publicar mensalmente boletim com o consumo individualizado dos órgãos e entidades do governo. Segundo o chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, a medida é para dar mais transparência no cumprimento das regras.



Recursos
As águas do Lago Paranoá ; usadas no lazer do brasiliense ; fazem parte dos planos do Executivo local para sanar a crise hídrica na capital federal. A captação do reservatório beneficiaria 600 mil pessoas em Sobradinho, Planaltina, no Itapoã, em São Sebastião, no Lago Norte e Grande Colorado. No entanto, a medida não sairá do papel, pelo menos por enquanto. Dos R$ 465 milhões necessários, R$ 400 milhões são de aportes da União. O Ministério das Cidades informou que ;as obras ainda não iniciadas dependerão da disponibilidade de recursos, a qual está atrelada à expectativa de melhoria de arrecadação; e que ;a prioridade é viabilizar a continuidade das obras que já estão em andamento;.

Sérgio Sampaio alegou que a liberação dos recursos é o único entrave para iniciar as obras. Segundo ele, todo o projeto está licitado. ;Para lançar mão da água do Lago Paranoá para uso humano, precisamos de uma série de obras. Estamos lutando na Caixa Econômica Federal para fazer o financiamento e iniciar as obras;, informou. Porém, o Ministério das Cidades sequer recebeu a solicitação do dinheiro e detalha que ;etapas relativas a projetos e documentação; do GDF ainda estão em andamento.

Escalas de abastecimento de água e redução do consumo nos órgãos públicos estão entre as principais medidas para minimizar os problemas de fornecimento na capital federal. Por enquanto, o uso do Lago Paranoá para melhorar a situação não será realidade

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