Cidades

Exposição mostra fotos raras de Brasília na construção e 40 anos depois

Imagens feitas por fotógrafo húngaro fazem parte de mostra aberta ao público no Palácio do Buriti

Priscila Botelho - Especial para o Correio
postado em 09/11/2016 06:00

Imagens feitas por fotógrafo húngaro fazem parte de mostra aberta ao público no Palácio do Buriti

Um pedaço da história da capital federal estará em exposição, a partir de hoje, pelas lentes do fotógrafo Thomaz Farkas. Naturalizado brasileiro, o húngaro acompanhou a construção de Brasília com um olhar diferente: fugiu dos cliques da nova arquitetura do Planalto Central e focou a câmera na relação do povo candango com a cidade em obras. Os registros são do período entre 1958 e 1960. Quatro décadas depois, em 2000, o artista voltou a Brasília e, a convite do Correio, percorreu os mesmos lugares fotografados anteriormente. É justamente a visão de Farkas nessas duas fases que estará à mostra, até 17 de novembro, no Salão Branco do Palácio do Buriti.
Imagens feitas por fotógrafo húngaro fazem parte de mostra aberta ao público no Palácio do Buriti
No retorno à capital, Farkas chegou à conclusão de que a cidade mudou apenas na aparência, mas, para o povo, a vida continuou a mesma. As fotos mostram bem isso. Tiradas em preto e branco, tal qual as da época da inauguração, muitas vezes, elas se confundem e se perdem no tempo. Realizada pela Embaixada da Hungria, a exposição, inédita em Brasília e aberta ao público, celebra o 56; aniversário da capital e a Revolução húngara de 1956. ;Farkas não foi contratado para fotografar. Ele fez o trabalho por conta própria. Por esse motivo, desenvolveu um olhar mais crítico sobre a cidade, não se deixou seduzir pelos monumentos;, explica o curador da mostra, Eder Chiodetto.
Imagens feitas por fotógrafo húngaro fazem parte de mostra aberta ao público no Palácio do Buriti
Nascido em Budapeste, na Hungria, em 1924, Thomaz Farkas chegou ao Brasil com 6 anos de idade e se estabeleceu em São Paulo. Dono da Fotoptica, negócio herdado do pai, aos 18 anos, tornou-se sócio do Foto Cine Clube Bandeirante ; o mais avançado centro de debates sobre fotografia da cidade, cujos membros buscavam uma estética específica para a arte fotográfica. A obra de Farkas priorizou as pessoas. O rico acervo de Brasília resultou no livro Coleção Ipsis de Fotografia Brasileira. Em 2011, o artista morreu aos 86 anos. Hoje, o acervo do húngaro, composto por mais de 34 mil imagens, é preservado pelo Instituto Moreira Salles, no Rio de Janeiro.

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