Cidades

Após anos de escalada, o rendimento das famílias do DF cai 0,7%

Queda no rendimento é reflexo da crise, do desemprego e da falta de reajuste para as categorias, tanto públicas quanto privadas

Flávia Maia
postado em 25/11/2016 10:00
Embora continue o mais alto do país, o rendimento mensal das famílias do Distrito Federal vem diminuindo, ainda que de forma lenta. Depois de anos consecutivos de aumentos, a perda real foi de 0,7%. Reflexo da crise, do desemprego e da falta de reajuste para as categorias, tanto públicas quanto privadas. Em 2014, uma família vivia com R$ 3.579. Em 2015, caiu para R$ 3.553. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, divulgada na manhã desta sexta-feira (25/11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"Os rendimentos oscilam muito. Mas se você pega o resultado anual, percebe queda. Entre as explicações pode estar o aumento da desocupação de entes das famílias. Além disso, com a crise, a pessoa não quer ser demitida e aceita queda no salário. Também tem o fato de as categorias - tanto do funcionalismo público, quanto privado - não conseguirem nem repor a inflação nas negociações salariais", analisa Michella Paula Cechinel Reis, supervisora de documentação e disseminação de informações do IBGE-DF.
Mesmo com o decréscimo, o DF se mantém na liderança dos mais altos rendimentos do país, reflexo dos salários mais altos pagos aos servidores públicos do que os da iniciativa privada. Para os homens, a média é de R$ 4.031 e para as mulheres, R$ 3.018. De 2014 para 2015, o maior crescimento desse rendimento para os homens (4,0%) foi no Distrito Federal (de R$ 3.877 para R$ 4.031); para as mulheres (16%) e no Rio Grande do Norte (de R$ 1.107 para R$ 1.284).

Gênero

As mulheres do Distrito Federal ganham mais do que as profissionais de outros estados. Entretanto, a distorção com o salário masculino ainda não foi corrigida e, assim como em outros estados brasileiros, as mulheres ganham o correspondente à 75% do salário do homem.

No DF, entre os homens empregados há a segunda maior desigualdade do país. Os maiores níveis de concentração da renda entre homens ocupados foram observados no Maranhão (0,551) e Distrito Federal (0,546), ao passo que os menores níveis, em Santa Catarina (0,413) e Goiás (0,412). "No caso dos homens, a gente observa que, no DF, aqueles que têm nível superior, ganham até quatro vezes mais do que aqueles com escolaridade mais baixa", analisa Michella.

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