Cidades

Mais de 45% da população do DF vive com até dois salários mínimos

Quando o recorte é feito entre o salário de profissionais homens, o DF tem a segunda maior discrepância do país

postado em 26/11/2016 07:10



Outro indicativo do mercado de trabalho é a diferença de remuneração de acordo com a escolaridade do profissional. No DF, paga-se bem para quem estuda mais. As pessoas com 15 anos ou mais de estudo recebem mais ; de cinco a 10 salários-mínimo em diante. Não há nenhuma pessoa recebendo a maior faixa salarial ; mais de 20 salários-mínimos ; que não tenha, pelo menos, 11 anos de estudo. Entretanto, esse grupo ainda é pequeno. Em todo o DF, apenas 45 mil pessoas (3,2% da população) recebem 20 salários-mínimos ou mais. Já os que vivem com valores de até dois mínimos equivalem a 46,1% da população.

Quando o recorte é feito entre o salário de profissionais homens, o DF tem a segunda maior discrepância do país. Perde somente para o Maranhão. Para Michella, do IBGE, a explicação pode estar na escolaridade. Os homens com ensino superior ganham bem mais do que aqueles que têm apenas o ensino fundamental e médio. Na opinião do economista Bruno Cruz, a desigualdade salarial vem diminuindo, entretanto, assim como os 10% mais pobres tiveram incremento real nos últimos 24 anos, os mais ricos também tiveram, o que contribuiu para o menor impacto na desigualdade. ;Nota-se que houve ganho real nas duas pontas, por isso, a diferença é sentida com menor intensidade. Se a gente olha quanto ganhava os 10% mais ricos e os 10% mais pobres em 1992 a diferença era de 15 vezes. Agora, está perto de oito. No Chile, é sete. Ou seja, ainda assim, o DF continua com desigualdade alta;.


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A fama da grande oferta de emprego em Brasília se mantém até hoje. Dono de uma banca de revista em Taguatinga, Selho Antonio dos Santos, 69 anos, conta que chegou à capital em 1969 buscando trabalho. ;Morava em Goiânia e a situação lá era difícil. Todo mundo vinha para cá na procura de novas oportunidades.; E fazem isso até hoje. O homem conta que sempre que visita a família em Goiás, a reclamação é a mesma: desemprego.

;Aqui, a situação é menos pior. Sei que, hoje em dia, as coisas não estão fáceis, mas existem lugares piores.;

O comerciante lamenta não ter ingressado no ensino superior quando era mais jovem. ;A especialização abre portas no mercado. Eu sou aposentado por uma empresa, mas ainda continuo com meu comércio;, esclarece. Selho trabalha na banca de segunda a sábado, 12 horas por dia. Ele vive com a família no Guará e relata que o período econômico está difícil. ;Moro com minha esposa e minha filha de 30 anos. Desde o ano passado, tive que reduzir muitos gastos. Tudo está mais caro.;

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