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Nível do Descoberto chega a 19,55%; chuvas não reverterão o quadro

Diante da marca e da possibilidade que as chuvas de janeiro fiquem abaixo do esperado, autoridades se reuniram para discutir medidas que garantam água para a população até setembro

postado em 10/01/2017 10:34
O reservatório do Rio Descoberto chegou a marca de 19,55% do volume útil na manhã desta terça-feira (10). A última vez que técnicos do Governo do Distrito Federal registraram aumento no volume de águas da bacia, que abastece 80% da população do Distrito Federal, foi na manhã de 27 de dezembro, quando o nível estava em 23,21%, 0,21% a mais que na tarde do dia anterior. Diante da atual marca e da possibilidade que as chuvas de janeiro fiquem abaixo do esperado, autoridades do GDF se reuniram durante toda a tarde desta segunda (9) para discutir medidas que garantam água para a população até o fim do próximo período de seca.

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A menor medida registrada no espelho d;água na história foi de 19,30%, em 19 de novembro de 2016. Segundo o meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) Hamilton Carvalho, as chuvas do fim de semana talvez estabilizem a baixa no reservatório, mas não serão suficientes para afastar a crise. ;Dificilmente haverá uma elevação significativa no nível. Não temos muitas chances de reverter a crise nesse mês ou no próximo. Precisaríamos de vários meses de chuva seguidos para mudar o cenário;, explica.

A expectativa do especialista para esta terça (10) é de sol parcialmente nublado com possibilidade de pancadas de chuva isoladas. A mínima esta madrugada foi de 19,5;C e a máxima para o meio da tarde deve ser de 30;C. A umidade vai variar de 80% a 40%. ;Para amanhã o tempo deverá ficar de nublado a encoberto com pancadas de chuva e trovoadas. Ameniza o clima. A temperatura deve cair e a umidade ficará mais agradável;, afirma.

O presidente da Companhia de Saneamento Ambiental (Caesb), Maurício Ludovice, demonstrou preocupação com o cenário. Ele disse que a companhia ;não descarta nenhuma medida, incluindo implantar o sistema de rodízio;, para garantir abastecimento para a região até o fim de setembro. Israel pinheiro, diretor-presidente substituto da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do DF (Adasa) se mostra esperançoso, mas não muito. ;Se chover muito até abril, os reservatórios se recompões, espantamos a crise. Se chover pouco, possivelmente faremos racionamento;, pondera.

O presidente do Comitê de Bacias do Paranoá, Jorge Weneck, por sua vez, é taxativo. Para ele, o racionamento é necessário. O especialista alerta que mesmo que chova a média esperada para o período chuvoso, a situação hidrológica do DF, continuará crítica. ;É um ano difícil, mas estamos tentando avaliar várias formas para que não falte água. Ainda assim, precisamos nos preparar para o pior. Com todas as medidas de prevenção aplicadas pela Adasa, o consumo não diminuiu o bastante para um cenário estável. Precisamos de pelo menos 20% de economia e, ainda estamos em 5%. Sem a ajuda de todos não conseguiremos. Precisamos de uma ação conjunta e consciência no consumo.;

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